Criada por Vargas para estimular a indústria brasileira, empresa joga hoje contra o país. Extrai e exporta montanhas de minérios mas concentra os lucros, devasta o ambiente e coloca em risco as populações. Brasil precisa de novo projeto mineral
Puxadas por três locomotivas, as composições chegam a ter 330 vagões. Saem da serra de Carajás, no Pará, percorrem 892 quilômetros e, depois de atravessar cidades desse estado e do Maranhão, descarregam no porto em Itaqui, após 16 horas de viagem. Depositam seu carregamento de minérios, principalmente ferro, oriundo das minas cravadas na serra, para exportar… Por ano, 120 milhões de toneladas de minério bruto são transportados nessa linha, além de 350 mil passageiros. E a extração de minério é feita pela mesma empresa privada, a Vale S/A, que administra também a Estrada de Ferro Carajás. Qual a utilidade dessa viagem do trem? A resposta seria “levar o progresso”. Para onde? Para quem? De onde? Quem se aproveita desse “progresso”? Qual o “valor” dessa carga no trem? A pergunta transcende a questão numérica. É preciso situá-la no âmbito dos supostos “benefícios”, “utilidades” para os habitantes locais e a população brasileira em seu conjunto. E, quanto aos números, a vantagem para nossa economia. (mais…)