Lágrimas, revolta e mortes marcam a luta dos guarani-kaiowá pela terra

O conflito [sic] de Caarapó com a morte de um índio e outros sete feridos é mais um capítulo da guerra que se instalou em Mato Grosso do Sul

Por Hélio de Freitas, o Campo Grande News

Terminou às 18h desta quarta-feira (15) a espera de 30 horas pelo corpo do agente de saúde Clodioudo Aguile Rodrigues dos Santos, 26, índio guarani-kaiowá morto em confronto [sic] com fazendeiros por volta de 11h do dia anterior na divisa da fazenda Yvu com a reserva indígena Tey Kuê, no município de Caarapó, 283 km ao sul de Campo Grande.

Depois de meia hora parado em frente ao batalhão da Polícia Miliar, um carro funerário da empresa Inter Pax seguiu para a área de conflito levando o corpo de Clodioudo. (mais…)

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Massacre de MS: enquanto senador culpa caminhão e Sindicato Ruralista acusa índios, Hospital garante estado dos baleados

No luto, luto!

Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

Ontem, enquanto as pessoas decentes deste País que não se alimentam através da imprensa vendida (e vendedora) se indignavam com as notícias de Caarapó, Mato Grosso do Sul, um senador pelo estado – Waldemir Moka (PMDB-MS) – afirmava, no Congresso, que as informações sobre o massacre contra os Guarani e Kaiowá eram incorretas. Segundo ele, a verdade era que um caminhão tentara romper barreira erguida pelos indígenas e acabara atropelando um grupo. Em consequência, um dos ‘bugres’ (epíteto com o qual a nobre elite do centro-oeste sul trata os indígenas, não usado por ele, mas por mim, aqui, por conta da raiva) morrera. Ainda segundo o ínclito senador, na sequência os índios “agrediram policiais e depredaram um posto de polícia”.

Hoje, a nota do Sindicato Rural de Caarapó não foi menos criativa. Vejamos: tudo o que está sendo noticiado pela mídia alternativa (e talvez por parte da empresarial, a bem da verdade), nada vem sendo que uma “distorção de notícia”. A saber:  (mais…)

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Manifesto de repúdio ao massacre de Caarapó/MS contra o Povo Guarani e Kaiowá

Os grupos, movimentos e entidades da sociedade civil organizada abaixo-assinados, vêm a público denunciar e repudiar o Massacre de Caarapó, causado por novas ações paramilitares contra o Povo Guarani e Kaiowá no município de Caarapó, no estado do Mato Grosso do Sul, no dia 14 de junho de 2016.

Nessa terça-feira (14/06), no Tekoha (território tradicional) Te’iy Jusu, localizado na Terra Indígena Dourados-Amambai Pegua I, no município de Caarapó/MS, ações paramilitares resultaram na execução do jovem Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza Guarani-Kaiowá, 26 anos, agente de saúde da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), além de ao menos seis feridos à bala, inclusive uma criança de doze anos baleada no abdômen. (mais…)

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Carta de Organização dos Povos Indígenas do Alto Madeira, OPIAM, em repúdio ao massacre de MS

Carta 0019/OPIAM/2016 Humaitá-AM, 15 de Junho de 2016.
Assunto: Repúdio aos ataques paramilitar aos Parentes Indígenas Guarany Kayowá

Prezados Senhores,

Ao cumprimenta-los cordialmente venho através do presente instrumento em nome do movimento indígena do Alto Madeira onde residem 11 povos das etnias; Tenharin, Parintintin, Jiahui, Mura, Pirahã, Munduruku, Apurinã, Miranha, Torá, Saterê Mawé, e Juma espalhados em 60 aldeias, Manifestar nosso REPÚDIO aos ataques paramilitar aos Parentes Indígenas Guarany Kayowá nesta terça feira dia 14 de Junho; reforçamos as manifestações de repudio contra violência como base das Organizações COIPAM, COIAB e APIB. (mais…)

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Para compreender os conflitos entre fazendeiros e indígenas em MS

Por Jorge Eremites de Oliveira e Paulo Marcos Esselin, em Campo Grande News

Há muito os problemas que atingem os povos indígenas em Mato Grosso do Sul ganharam manchete na imprensa regional, nacional e internacional. Todos os anos índios são mortos e nada é feito de objetivo para mudar a realidade. Autoridades eleitas pelo povo, como vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores, prefeitos e governador, mandato após mandato e salvo honrosas exceções, simplificam o problema. Ao fazerem isso, rechaçam o enfrentamento da questão fundiária, causa maior dos conflitos entre fazendeiros e comunidades indígenas.

Além disso, não raramente recorrem ao argumento de culpar instituições alhures pelo etnocídio ou genocídio cultural em andamento no estado: Supremo Tribunal Federal, Governo Federal, Ministério da Justiça, ONGs, Presidência da República, Conselho Indigenista Missionário, Ministério Público Federal, forças alienígenas que desejariam se apoderar do Aquífero Guarani etc. Repetidas vezes, de maneira costumeira, utilizam de sofismas dos mais variados para distorcer a realidade e formar opinião pública contrária à regularização das terras indígenas no país. (mais…)

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MPF quer o fim de turmas multisseriadas em escolas indígenas em Tefé (AM)

Ação civil pública pede a lotação de professores capacitados para ministrar aulas as alunos na Terra Indígena Barreira das Missões

MPF/AM

O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) entrou com uma ação civil pública para desmembrar as turmas multisseriadas em escolas da Terra Indígena Barreira das Missões, em Tefé (a 527 quilômetros de Manaus). As turmas das escolas Padre Augusto Cabroliê, Arca de Noé e Selva reúnem, em uma mesma sala, alunos de várias séries diferentes e são mais numerosas que as turmas nas escolas urbanas da prefeitura municipal.

Além do desmembramento, o MPF pede que a Justiça Federal determine ao Município de Tefé que promova a lotação de professores capacitados para reger as novas turmas, observando a quantidade de alunos por sala. (mais…)

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Sobre o desafio de existir como Kaiowá no MS

Por Diógenes Cariaga*

Outra vez as famílias Kaiowa e Guarani mobilizadas para reaverem seus territórios de habitação tradicional, estão sob a mira do agronegócio e da impunidade. Desta vez, ocorreu mais um ataque contra os indígenas na retomada Toro Paso (localizada no interior da Fazenda Yvy, de propriedade da família de um dos fundadores da Federação dos Agricultores do MS) onde entraram recentemente, na madrugada do dia 13/06/2016, que deixou muitas pessoas feridas, algumas ainda hospitalizadas em estado grave e uma morte.

Esta região está no perímetro identificado como terra indígena, de acordo com a finalização relatório circunstanciado de identificação e demarcação dos estudos antropológicos do GT Dourados-Amambaipegua conforme declarado pelo procedimento administrativo da Presidência da FUNAI publicado no Diário Oficial da União em 13/05/2016. A área do ataque dos ruralistas é próxima à Terra Indígena Caarapó (Aldeia Te´ýikuê), no município de Caarapó – MS. (mais…)

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