Morre Ziraldo, o pai do Menino Maluquinho e um dos maiores cartunistas do país

Por Amauri Arrais, para a BBC News Brasil

Morreu neste sábado (6/4), aos 91 anos, Ziraldo, criador do Menino Maluquinho (1980), autor do clássico Flicts (1969) e de centenas de outras histórias e personagens que povoam o imaginário infantil há gerações.

Ziraldo morreu em sua casa, um apartamento na zona sul do Rio de Janeiro, de acordo com canal Globonews, que cita informações de sua família.

Formado em direito, ele foi cartunista, chargista, escritor, pintor, dramaturgo, cronista, apresentador e humorista, entre outras atividades ao longo de mais de seis décadas de carreira.

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Racismo, marxismo, drogas e sangue: a incrível história de Billie Holiday e sua ‘Strange Fruit’. Por Jota Wagner

Canção de protesto vendeu mais de um milhão de cópias, rendendo à diva do jazz idolatria e um fim precoce

No Music Non Stop

Na plateia, em Nova Iorque, era raro não ver alguma lenda do jazz entre seus espectadores, fãs daquela talentosa novidade. O show já havia acabado e, então, era hora do público embasbacado ouvir um acorde seco do piano, uma frase triste do trompete e a voz de Billie Holiday cantando os primeiros versos de Strange Fruit, música executada (mesmo quando era proibida pela polícia) no final de seu show, quando as luzes começavam a acender por ordem de donos de clubes putos da vida, cientes de que a diva cantaria seu protesto, mesmo que recomendassem o contrário. (mais…)

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Ailton Krenak rompe um silêncio de 127 anos dos indígenas na ABL. Por Elaíze Farias

A academia centenária fará história empossando, pela primeira vez, um líder indígena, escritor, ambientalista e homem sábio nesta sexta-feira (05), no Rio de Janeiro (Foto ABL/Divulgação).

Amazônia Real

Manaus (AM) – A Academia Brasileira de Letras (ABL) tem em seu pilar a celebração e o cultivo da lusofonia e não deixa de ser revolucionário que Ailton Krenak, como o mais novo imortal, entrará na instituição para promover o que ele chama de “língua brasileira”. A língua falada no Brasil que, mesmo de origem lusitana, tem semântica e léxicos próprios, resulta em um vasto vocabulário de palavras indígenas e africanas. É a língua do ‘tupi or not tupi’, que Ailton parafraseia do célebre trocadilho do escritor Oswald de Andrade (1890-1954) para a frase clássica de “Hamlet”, de William Shakespeare, enquanto conversa com a Amazônia Real para esta entrevista. (mais…)

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Manifesto pau-brasil – 100 anos. Por Maria Lúcia Outeiro Fernandes

A Terra é Redonda

O Manifesto da Poesia Pau-Brasil, escrito por Oswald de Andrade e publicado no Correio da Manhã, em 18 de março de 1924, deve ser compreendido no processo de modernização que vinha sendo desenvolvido por um grupo de intelectuais, escritores, artistas, jornalistas, por meio de debates na imprensa, artigos em revistas, literárias ou não, e, principalmente, pela produção de obras literárias e artísticas, nas quais os autores colocavam em prática suas propostas, a fim de alcançarem uma série de propósitos. (mais…)

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Os 100 anos do Manifesto Pau-Brasil, que ‘virou a página’ da poesia brasileira*

Por Edison Veiga, de Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil

“A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos. O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança.”

Com este forte parágrafo começava um texto de quase 7 mil caracteres escrito pelo poeta e escritor Oswald de Andrade (1890-1954) e publicado há exatos 100 anos, em 18 de março de 1924, no jornal Correio da Manhã. Chamado de Manifesto da Poesia Pau-Brasil — ou simplesmente Manifesto Pau-Brasil —, tornou-se um documento importantíssimo para a história da literatura brasileira.

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Coletânea de cordéis rememora os movimentos de luta pela terra no Pará

Projeto contou com o apoio do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Marabá/PA

Do blog Furo na Geografia (Rogério Almeida) / CPT

“Neste acampamento tem
Produção de alimento
E uma escola que ensina
A arte do movimento,
Para enfrentar o governo
Pra produzir seu sustento.
Enfrentando o latifúndio
Pra conquistar nossa terra
Numa luta desigual
Parece até uma guerra
Tem morrido no conflito
Trabalhadores sem-terra.”

(Trecho do cordel “As pelejas territoriais em Carajás
– A Saga Do Bicho Homem Contra Com O Capital”)

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Manutenção, atitude anticapitalista?

Em tempo de obsolescência programada e descarte, sobressai prática de prevenir a deterioração das coisas úteis. Porque, mesmo singela, é potente e antissitêmica. Como se relaciona com a desalienação e reflexão sobre a materialidade do mundo

Por Alex Vuocolo, em Noema
Tradução: Antonio Martins, no Outras Palavras

Os trens R32, do sistema de metrô de Nova York, são apelidados de Brightliners por seu exterior brilhante e sem pintura. Foram construídos para durar 35 anos. (Imagine só: sua vida útil estampada em metal, sua morte prefigurada.) Quando finalmente foram retirados de serviço em janeiro de 2022, já haviam circulado por nada menos que 58 anos e eram, segundo a maioria dos relatos, os vagões em operação mais antigos do mundo. São 23 anos não planejados de transporte de pessoas. Uma geração inteira viu essas belezas de aço inoxidável chispando pelo túnel até a plataforma, com seus exteriores canelados e anúncios iluminados. (mais…)

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