Em mais de uma oportunidade, buscou-se destacar neste espaço – a exemplo do que o fizeram vários observadores da cena política nacional – o decisivo papel desempenhado pelo Supremo Tribunal Federal, nos últimos anos, em defesa das instituições republicanas e democráticas, seriamente ameaçadas durante o governo bolsonarista, desde seu início. Na verdade, ainda antes e durante o todo processo eleitoral que o guindou à Presidência, o ex-capitão a toda hora dirigia seus arreganhos autoritários, em especial contra o STF, o TSE e seus Ministros – o que era amplificado por seus acólitos nas mídias sociais virtuais por eles operadas cotidianamente. (mais…)
Author: CombateRacismoAmbiental
Os 100 anos do Manifesto Pau-Brasil, que ‘virou a página’ da poesia brasileira*
Por Edison Veiga, de Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil
“A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos. O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança.”
Com este forte parágrafo começava um texto de quase 7 mil caracteres escrito pelo poeta e escritor Oswald de Andrade (1890-1954) e publicado há exatos 100 anos, em 18 de março de 1924, no jornal Correio da Manhã. Chamado de Manifesto da Poesia Pau-Brasil — ou simplesmente Manifesto Pau-Brasil —, tornou-se um documento importantíssimo para a história da literatura brasileira.
Um evento incomparável? A questão da singularidade do Holocausto e a assimilação do passado. Por Karl Schurster*
Há décadas o debate sobre a singularidade do Holocausto mobiliza historiadores e historiadoras. Mas uma questão derivada desse debate tem passado despercebida de muita gente: a instrumentalização política do passado.
Faz tempo que o debate sobre a natureza do Holocausto tira o sono de muitos pesquisadores e pesquisadoras de diversas áreas, do direito à ciência política, passando pela história: teria sido o assassinato em massa de judeus pelos nazistas um evento único e singular na história? Ou teria sido ele um evento comparável e até recorrente na história, uma espécie de lugar-comum que nos ajudaria a compreender outros genocídios? (mais…)
Os judeus e os sionistas. Por Tim Anderson
Devemos estar atentos às muitas reivindicações falsas de racismo por parte de colonizadores que sempre foram os piores propagadores do racismo e de suas consequências mortais
Uma senhora palestina idosa se aproximou de mim em uma conferência no Líbano e disse: “Eu entendo o que você está dizendo sobre a diferença entre judeus e sionistas, mas para nós eles sempre foram apenas os judeus.” Isso chamou minha atenção para o que deveria ser óbvio: palavras têm significados distintos em diferentes culturas e contextos. (mais…)
As fotografias que revelam passado oculto das favelas brasileiras
Lula e o obscurantismo. Por Manuel Domingos Neto*
No Viomundo
Nações não resultam de processos “naturais”: são comunidades imaginadas e construídas para legitimar o Estado moderno. Quem estudou a história moderna atento aos processos culturais sabe disso.
A construção das nações é trabalho delicadíssimo e perigoso: produz o sentimento coletivo mais potente e mortífero já conhecido.
Não há carnificina moderna que não seja conduzida em nome da defesa dessa entidade sacrossanta, também chamada “pátria”. (mais…)
Como Israel-EUA e seus aliados planejaram o destino macabro dos palestinos, por Amyra El Khalili
Na página do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de SP
O estrategista israelense Ronny Ben-Yishai, em abril de 2023, publicou um artigo sobre as emendas legais de Israel. No texto, ele argumenta que é crucial que o público compreenda o significado do golpe legal e esteja ciente do “Plano de Decisão” divulgado no Hashiluh Journal em setembro de 2017.
Essencialmente, no “plano de resolução” do ministro Bezalel Smotrich, os palestinos teriam a opção de escolher entre três alternativas:
1. optar por permanecer na Cisjordânia e viver em enclaves sob o domínio e soberania israelense, abrangendo áreas como Hebron, Belém, Ramallah, Nablus e Jenin. Os palestinos, embora não obtenham a cidadania israelense, teriam autorização de residência (similar ao estatuto legal dos habitantes de Jerusalém), sob a condição de não manifestarem resistência e cooperarem; (mais…)