Luiz Marques: A sociedade de mercado

Para os neoliberais, a pobreza é um problema – dos pobres. Ao revés de políticas redistributivas do Estado, para aumentar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), postulam um acordo com o diabo para a mutilação corpórea

No A Terra é Redonda

A Revolução Industrial destampou a caixa das obras de ficção científica, em função das inovações tecnológicas postas em marcha. Dois séculos depois, a distopia é parte de nosso cotidiano. O filme alemão, Paraíso (2023), dirigido por Boris Kunz, excelente na avaliação da Netflix, é emblemático dos medos que nos espreitam sob a mercantilização ampla, geral e irrestrita qual uma pandemia. (mais…)

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Eugenio Bucci: “Nenhum país deveria depender do Oscar para conhecer seus direitos e amar sua democracia”

Fernanda Torres não ganhou, mas ela é a maior de todas. Nada é maior que Hollywood, nada é maior que o Oscar. Nada, só Fernanda Torres

No A Terra é Redonda

É claro que eu vi a cerimônia do Oscar. Noite de domingo, carnaval longínquo e eu no sofá, de frente para a televisão. É claro que me entediei com a torrente de breguices, mas nem foram tantas. É claro que explodi em vibração futebolística quando Ainda estou aqui, de Walter Salles, ganhou como melhor filme internacional. É claro que desliguei de raiva quando não deram o prêmio de melhor atriz para Fernanda Torres. Achei aquilo uma ignomínia, mesmo sem nunca ter visto o filme da outra lá que foi chamada ao palco. Nem sei o nome. É claro que liguei de novo a TV. Ainda peguei a moça agradecendo. É claro que não gostei. (mais…)

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‘A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram’. Por Sylvia Debossan Moretzsohn

Efeito fura-bolha de “Ainda estou aqui”, agora com a conquista do Oscar, exige recordar o discurso de Ulysses Guimarães e rechaçar anistia a torturadores.

No Come Ananás / Substack

— Olha, olha, olha!

Na TV, um noticiário sobre Rubens Paiva. Neste 2014, apareciam todos os dias notícias sobre o caso Rubens Paiva. Todos os dias, novidades. Ela sentadinha inerte na cadeira de rodas. Apareceram fotos dele de arquivo na tela. Era a foto do seu ex-marido, era o nome dele, falavam dele, desvendavam segredos sobre a morte dele:

— Olha, olha, olha!

Ela olhava. Com lágrimas. Ouviu a notícia. Começou a dizer baixinho:

— Tadinho, tadinho, tadinho…

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Leonardo Sakamoto: “Vitória de ‘Ainda Estou Aqui’ provoca ranger de dentes em golpistas”

No UOL

Como era de se esperar, a vitória de “Ainda Estou Aqui” como Melhor Filme Internacional fez a alegria dos dentistas devido ao ranger de dentes entre fãs da ditadura e golpistas que torciam contra o filme de Walter Salles. Enquanto boa parte do Brasil celebrava, recibos eram passados à exaustão na lojinha do X na madrugada desta segunda (3).

Não me entendam mal, ninguém é obrigado a gostar do filme, do diretor, dos atores, do roteiro, de cinema, da vida. A questão é a razão pela qual “Ainda Estou Aqui” atrai tanto ódio na extrema direita. (mais…)

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‘No Other Land’: filme israelense-palestino ganha Oscar de melhor documentário

O filme enfrentou anteriormente restrições devido às suas críticas à ocupação israelense da Palestina

Por Mera Aladam, no Middle East Eye

O filme israelense-palestino ‘No Other Land’ ganhou o 97º prêmio da Academia de Melhor Documentário. Ambientado na cidade de Masafar Yatta, na Cisjordânia ocupada, o filme é dirigido pelo jornalista israelense Yuval Abraham e pelo jornalista palestino Basel Adra. Sua indicação ao Oscar foi anunciada na quinta-feira, apesar do filme não ter nenhum acordo de distribuição nos EUA. (mais…)

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O relógio e a delicadeza. Por João Carlos Salles

Nísia Trindade nos deixa, no episódio infeliz de seu desligamento do MS, uma lição exemplar de dignidade pública e de educação

1.

Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”. Talvez essa seja a frase mais reproduzida em cartazes e camisetas, sempre acompanhada da icônica foto do Che, a imagem de um revolucionário. Ainda que Che Guevara nunca a tenha enunciado exatamente assim, a frase continua a expressar o melhor espírito da militância e nos oferece uma chave humana única, a nos inspirar em meio a uma dura luta de resistência contra obscurantismos e ditaduras. (mais…)

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Revisitando Bacurau. Por Luis Fernando Novoa Garzon 

Bacurau é uma versão captada por Kleber Mendonça em sua leitura transversal e pelo avesso que faz do Brasil.

No A Terra é Redonda

No lançamento do filme em 2019, o que ficou manifesto naqueles anos de bolsonarismo alçado ao núcleo do Estado brasileiro, foi a sensação de desentalar um grito abafado, uma pequena vitória nas telas antevendo vitórias maiores adiante. Bacurau fora uma desforra estética, uma narrativa vingadora, (“livro vingador”, como Euclides da Cunha definia o sentido singular de Os sertões). (mais…)

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