Análise de um “teorema brasileiro”: país combina raras qualidades que poderiam afirmar sua soberania. Teria tudo para liderar diplomaticamente o Sul global. Mas, com elites sabotadoras, tudo pode ruir a qualquer momento – e isso gera vasta hesitação internacional
O Brasil no espelho do mundo
O mundo olha para o Brasil com uma mistura de expectativa e inquietação. Há décadas, governos, diplomatas, analistas e estrategistas enxergam no país todas as condições objetivas de potência — uma combinação rara de território, recursos, população, ciência, energia, indústria e legitimidade diplomática que nenhum outro país grande do Sul Global reúne. O Brasil é, para muitos observadores internacionais, o país que deveria ter assumido papel central na reorganização do sistema internacional após o fim da Guerra Fria. E quando Lula está no comando, essa percepção ressurge com força: ele é visto como uma das poucas lideranças capazes de falar pelo Sul Global sem hesitação, negociar com grandes potências sem submissão e articular agendas ambiciosas de desenvolvimento e soberania. Nas mesas discretas da diplomacia global, há consenso: o Brasil de Lula é confiável, previsível e estrategicamente maduro. (mais…)





