Os povos indígenas e a Funai sob mais uma ameaça

Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

Há informações de que já estaria pronto, na Casa Civil do Interino, o decreto de nomeação do general Roberto Sebastião Peternelli Júnior para a presidência da Funai. Ele seria a indicação definitiva do PSC para o cargo, após o insucesso da candidatura do Pastor Everaldo. No loteamento do Planalto, a Funai teria ficado para o partido de Bolsonaro (que pretenderia usá-lo para candidatar-se à presidência da República) e de Marcos Feliciano.

Ontem, teve gente catando notícia para descobrir qual a relação – profunda ou tênue – entre o general e os povos indígenas. Só descobriram uma citação no último parágrafo de uma nota do governo do Mato Grosso do Sul sobre as providências que estariam sendo tomadas após o assassinato de Oziel Gabriel, em 2013. Diz o parágrafo:

“Não sendo possível o contato, o governador falou com o general Roberto Sebastião Peternelli Junior que está substituindo o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, José Elito Carvalho Siqueira, e pediu intervenção imediata do governo Federal para que a situação seja resolvida”.

Mas quem é afinal o general Peternelli? Numa informação rápida, consta ser ele aposentado pelo Exército, evangélico e candidato derrotado a deputado federal nas últimas eleições (teve 10.953 votos). É tido como pessoa de confiança de Romero Jucá, cuja indicação também estaria pesando, agora. De acordo com anuários militares, temos ainda:

“O Gen. Peternelli incorporou às fileiras do Exército Brasileiro, em 28 de fevereiro de 1970, na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP), tendo sido declarado Aspirante-a-Oficial da Arma de Infantaria em 14 de dezembro de 1976. Dentre as especializações de sua carreira está a de piloto militar de combate. Comandou a Aviação do Exército em Taubaté (SP) e a 2ª Região Militar”.

No final da tarde de ontem, o Fórum Nacional Direitos Humanos pela Democracia lançou nota de repúdio à indicação de Peternelli para a Funai, que pode ser lida AQUI, enquanto servidores da Funai protestavam através de ‘santinhos’ nas redes sociais (acima).

Considerando, entre outras coisas, a gestão de Romero Jucá quando presidente da Funai e posições defendidas por Bolsonaro quando de sua recente ida ao Mato Grosso do Sul, há todos os motivos para preocupações ante a ameaça da indicação. Como se fosse necessários, aliás, outros dados além da imagem que encerra esta matéria, reproduzida do facebook do general.

peternelli ditadura

 

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