Por Roberto Tardelli, no Justificando
Num de seus mais fantásticos sambas, Mestre Paulinho da Viola ensina: “Faça como o velho marinheiro /Que, durante o nevoeiro /Leva o barco devagar”. O Mestre sabe das coisas e deve ter ficado com seus olhos rasos d’água, como diriam os poetas populares do passado (que lindo isso, deles, alé olhos rasos d’água), ao ver o patético e triste resultado de ontem, quando vetustos senhores e vetustas senhoras, ricos, riquíssimos alguns de uma turma enorme de devotos religiosos fundamentalistas, que votaram algo que nunca se havia visto, um retrocesso constitucional, ancorados pelo manto conservador do Supremo, onde, em razão de estranhas combinações gasosas, sintetizou-se algum veneno inodoro, incolor e invisível, que transforma geniais juristas em medíocres burocratas. (mais…)