Por Murilo Souza, Câmara dos Deputados
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias aprovou proposta que assegura aos índios o direito de se expressar em língua nativa durante a instrução de processos criminais. Foi aprovado o Projeto de Lei 2397/1, da deputada Erika Kokay (PT-DF).
Pelo texto, o índio acusado, vítima ou testemunha de infração penal poderá falar na língua do povo a que pertence e deverá ser acompanhado por intérprete nomeado pelo juízo.
Prisões arbitrárias
Segundo a deputada, a falta de domínio da língua portuguesa, por ocasião dos interrogatórios, é apontada como um dos fatores que contribui para a morosidade dos julgamentos e até para casos de prisões arbitrárias.
Relator, o deputado Luiz Couto (PT-PB) apresentou parecer favorável à proposta, pois considera que a sociedade precisa reconhecer as necessidades específicas dos povos indígenas, mas sem descuidar da prestação de tratamento igualitário.
“Cremos que a atuação de um intérprete, quando se fizer necessário, e nomeado pelo juízo, trará um tratamento mais equânime aos índios que precisem comparecer perante o Judiciário”, disse Couto.
Tramitação
O projeto será ainda analisado, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
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Imagem: O relator, Luiz Couto: sociedade precisa reconhecer as necessidades específicas dos povos indígenas, mas sem descuidar da prestação de tratamento igualitário – Leonardo Prado / Câmara dos Deputado