Por Rogério de Moura, em Negros Geniais
Nilo Peçanha chegou à presidência do Brasil menos de 20 anos após a libertação dos escravos em 1889. A proeza de Nilo Procópio Peçanha é bem maior que seu colega Luiz Ignácio Lula da Silva, eleito em 2002 e porque não dizer do presidente americano Barak Obama. Embora muitas vezes fosse retratado como branco era mulato, sendo, inclusive, “embranquiçado” nas fotos.
Nilo nasceu no dia 02 de outubro de 1867, na Fazenda do Desterro, no limite com o Espírito Santo, município de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, filho de Sebastião de Sousa Peçanha e Joaquina Anália de Sá Freire Peçanha. Nilo Peçanha ou o “Menino da Padaria”, como era conhecido (devido ao seu pai ter um comércio de padaria), viveu seu início de vida num sítio em Morro do Coco, onde cresceu ouvindo histórias da negra Delfina, que falava do sofrimento dos escravos.
De origem humilde, Peçanha construiu uma sólida carreira política, ascendendo, em um intervalo de poucos anos, de senador a presidente do estado do Rio de Janeiro – nome da época para o cargo de governador – e a presidente do Brasil.
Nilo não foi eleito diretamente, assumiu a presidência com a morte de Afonso Pena, de quem era vice. Exerceu o cargo de 14 de junho de 1909 a 15 de novembro de 1910.
Quando chegou à idade escolar a família se mudou para Campos, onde Nilo foi matriculado no Liceu de Humanidades de Campos. Formou-se na Faculdade de Direito do Recife já com vinte anos de idade. Numa viagem de trem de Campos para o Rio de Janeiro, o jovem Nilo conheceu e de apaixonou perdidamente por uma jovem de nome Anita Castro Belisário de Sousa, com a qual se casou no dia 06 de dezembro de 1895. Dos três filhos que teve nenhum conseguiu chegar à fase adulta.
Anita era descendente de uma rica família de Campos. O casamento foi um escândalo social, pois a noiva teve que fugir de casa para poder se casar com um sujeito pobre e mulato.
No mesmo ano em que se casou, Peçanha ajudou a fundar o Clube Republicano de Campos, do qual foi presidente, bem como do Partido Republicano. Após a instauração do regime republicano em 15 de novembro de 1889, Nilo intensificou sua atividade político-partidária e foi eleito deputado, participando da Assembléia Constituinte responsável pela primeira Constituição republicana de 1891.
Foi eleito em sucessivos pleitos e em 1903 foi eleito para deputado federal, quando assumiu uma cadeira no Senado. Em 1903, renunciou à sua vaga na Câmara Alta para assumir a Presidência do Estado do Rio de Janeiro, que exerceu até 1906. Neste ano, foi eleito Vice-Presidente de Afonso Pena.
Em 1909, devido à morte de Afonso Pena, Nilo Peçanha tornou-se Presidente da República. Nilo estava com 42 anos ao assumir a Presidência da República.
Em seu governo recriou o Ministério da Agricultura, órgão que aglutinou os grupos regionais dissidentes. Introduziu importantes alterações no funcionamento do Estado, o que representou uma obra de grande alcance. Criou Lei permitindo, pela primeira vez, o trabalho feminino nas repartições públicas. Criou o Imposto Territorial, criou o Ensino Técnico-profissional (com as Escolas de Aprendizes de Artífices), o Serviço de Inspeção Agrícola, a Diretoria da Indústria Animal, a Diretoria de Meteorologia e o Serviço de Proteção ao Índio.
Faleceu em 1924, no Rio de Janeiro, afastado da vida política e foi sepultado no Cemitério de São João Batista.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.
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É muito portante saber que tivemos um presidente negro.
A Terra merece respeito porque é a nossa casa comum e nossa precursora. Os seres vivos merecem respeito porque comungam a mesma vida, em corpos diferentes. O ser humano merece respeito e ser amado porque somos todos humanos e comungando 99,…% das características genéticas. A condição humana sobrepõe qualquer outra/outras características secundárias de ordem adaptativa ou cultural, inferior a 1% entre os seres humanos. Outra coisa que queria pontuar: a abolição da escravatura oficial se deu em 13/05/1888, e não em 1889. Na prática, ainda temos que superar esta e outros tipos de escravidão vigentes na sociedade brasileira – minada pelo ódio com base na ignorância e nas lutas de classes. Precisamos urgentemente abolir a ignorância!
Aplaudo comentário de Carlos Sampaio. Muito a propósito ,também não concordo
Com esse estenótipo que muitos de nós negros se submetem como minoria, coitadinhos.o que precisamos investimento em educação de qualidade abrangente a todas as camadas sociais para que todas as etnias tenham condições reais de desenvolvimento em todas as áreas
Um monte de gente falando que o Nilo Peçanha nao era negro, e sim mestiço, Barack Obama tambem tinha mae branca e pai negro. Qual a diferença dos dois ? Não importa! Ambos foram otimos presidentes.
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Eu queria saber o que é um mestiço? Tem essa etnia na certidão de nascimento? Acredito que sim, como deve ter cor de burro quando foge. Se tem sangue negro e negro eu sou negro, e não tem essa por que a cor da pele e mais clara, que não e negro se tem sangue negro correndo na veia é negro. Só não considero negro quem não é nascido no Brasil com origem asiática, europeia ou algo do tipo. Se casou-se com uma Brasileira o cara pode ser um alemão e teve filhos com ela, a criança é negra. Pois todos nascidos no Brasil não tem etnia e nem raça limpa ou tem sangue de índio ou sangue de negro na veia, ou de ambos.
primeiramente Nilo Peçanha era mestiço e não negro, a sua mãe era branca dos olhos azuis, de pai negro, muitos historiadores afirmam que Nilo Peçanha era mestiço, e não negro, por dando na minha analise o Brasil nunca teve 1 presidente negro
…Boa parte de nossa sociedade é preconceituosa pois não assumem a sua mestiçagem., o que para mim é uma falta de afirmação ademais creio que após as 18h01 – já sois boa noite e sou negro sim com muito orgulho e se branco fosse teria orgulho também já preto nunca fui e MULATO se fosse tratado com tal seria para mim uma ofensa e sei que existem graças a DEUS., muitas mais muitas pessoas que não importam-se com a TEZ de ninguém e também sei que existem muitos que destetam a minha etnia mais …gostar é opcional e respeitar é fundamental., além do que e constitucional então eu sou e sempre serei negro e não sou como alguns que não assumem a condição de NEGRO e infelizmente dizem não ser negros quando são mais não irei contextualizar e sei que isto ainda irá ser motivo de muitas discussões acadêmicas ou não e por AMOR parem os pseudos.,defensores das minorias de ficarem incluindo os NEGROS em suas teses ou conversas acadêmicas eu pelo o menos dispenso fazer parte deste cômputo ou rol de inferiores coisa que não sou e nunca serei!!!
Apreciei os comentarios de Cassiano PS, details de 17/jan/2018.
Pelo que pude perceber, nunca tivemos um presidente negro…. A menos que se considere o cruzamento de uma pessoa negra com branca, um negro.
Não entendo, nem nunca vou entender pq querer ser ou imputar de forma exclusiva a outra pessoa, , uma etnia que não é a sua….
Acabei de ler em uma revista virtual, que tivemos 5 presidentes negros no Brasil,
qdo fui verificar as fotos, o único que tinha uma leve afro-aparência, (..e que escondeu até a sua morte, sua ascendência ) foi, Nilo Peçanha, temos registros de se tratar de um grande presidente, apesar de nunca ter sido eleito pelo voto popular…
Fica a pergunta… Pq hoje, se preocupar tanto assim com a cor das pessoas …?
Seria esta uma característica tão importante assim…?
Hoje praticamente, todos brasileiros, de uma forma ou de outra, tem algum grau de outras etnias misturado junto ao seu DNA, e acho que é o que dá este toque de alegria e brilho ao brasileiro…
Estou fazendo meu trabalho da faculdade sobre personalidades negras que fizeram história nesse país longe da área de entretenimento. O importante é sua descendência, porque as pessoas simplesmente não aceitam o fato que negro, mestiço ou mulato ele foi uma figura importante para a nossa história, eu não aprendi isso nenhuma escola que frequentei. É importante valorizar esses fatos e divulgar. Se ele fosse uma pessoa que tivesse feito algo de ruim na história desse país, rapidamente divulgaram como aquele negro que envergonhou a história dessa nação.
UM PSICOLOGO FAZ BEM, PAR QUEM TEM COMPLEXOS, POIS EU CM MESTIÇA COM INDIO TODA VEZ QUE TENTARAM AQUI NO BRASIL ME INFERIORIZAR POR RAÇA, ERA UM PRETO, SO QUE EU SOU RESOLVIDA, A RAÇA É O QUE MESMO SER HUMANO ?
CASSIANO, MULATO NÃO É NEGRO;É PRODUTO DO CRUZAMENTO DE BRANCO COM NEGRO. É UM TERMO ATÉ CERTO PONTO DEPRECIATIVO, POR SER TAMBÉM USADO PARA DESIGNAR A MULA, QUE É PRODUTO DE CRUZAMENTO. NEGRO NÃO É SINÔNIMO DE ESCRAVO. MULATO É MAIS PARA MESTIÇO. NÃO DESONRA NINGUÉM, ABAIXO ESTA DISCRIMINAÇÃO RACIAL, QUE É FRUTO MUITO MAIS SOCIAL DO QUE DE PRECONCEITO DE COR. MUITOS QUE SE CONSIDERAM RACISTAS, SÃO DE FATO “CLASSISTAS”,PORQUE HÁ PREDOMINÂNCIA DE MULATOS E MESTIÇOS NAS CLASSES SOCIALMENTE BAIXAS.
Bom, ao se afirmar q mulato não é negro, até ai tudo bem, pois negro é escravo, mas que mulato é preto isto é fato, e é lamentável no último país das Américas a extinguir a escravatura o povo nao conhecer a história e tão pouco buscar este conhecimento, era comum na época pós escravatuta os assim ditos negros terem escravos, a história tem sim seu lado triste, perverso e nefando ( diga-se se passagem um dos significados da palavra negro ), mas em fim se assumir mulato ( pra não se assumir preto ou negro) p agregar benefícios é fácil pois vivemos em um pais onde a grande maioria é mestiço, e negar essa situação étnica perante a uma sociedade é comum. Torço por uma nação q tenha um nivel cultural de excelência e não a atual q se divide em grupos determinado por mídias seja ela por meio de redes sociais ou televisão, pra mim não importa se você é preto, negro, pardo, caboclo, mameluco, índio, mulato, pobre, rico, gay, hetero, transgêneo, o q importa é quem você é perante aos q te rodeiam, se você é uma pessoa integra, prática a moral w os bons costumes ( principalmente não sendo promíscuo ) seja feliz da maneira que achar que deve, lembrado que o direito de cada um acaba onde começa o do outro, e galera paz e serenidade a todos.
Nilo Peçanha era mestiço, ele não era negro
Orgulhosamente, meu conterrâneo, pois nasceu em Campos dos Goytacazes. Mas até mesmo a própria cidade não deu o devido valor a esse homem formidável e de uma inteligência magnífica. Foi uma evolução incrível para a sua época, mas que o Brasil até hoje não soube aceitar, pois o país também se perdeu na demagogia do comunismo, doutrinação ideológica e populismo vermelho.
PAIS , DA VERGONHA E DAS ELITES RACISTA ,VARIAS GERAÇÕES ESTUDARÃO FORMARÃO SE SEM SABER DA VERDADE, QUE JÁ TIVEMOS UM PRESIDENTE NEGRO NESTE PAIS DA REPUBLICA DE BANANAS E LADRÕES.
Diferente do que foi aprendido nos tempos de escola, a república não era uma ideia que agradava a população brasileira, pelo contrário. Já em 1884, bem próximo a sua “proclamação”, apenas três republicanos conseguiram se eleger para a câmara dos deputados e na próxima eleição somente um.
Os republicanos tentavam a todo custo disseminar suas idéias pelo país, porém era um trabalho em vão. Quando enfim perceberam que não conseguiriam por fins pacíficos acabar com o império, tiveram a grande idéia de um golpe militar. Só que para que isso acontecesse precisariam ter o apoio de um líder de prestígio da tropa militar. Foi ai que então resolveram se aproximar de Marechal Deodoro da Fonseca em busca de apoio.
O que grande parte das pessoas não sabe é que foi tarefa difícil convencer Marechal Deodoro a dar o golpe, tendo em vista que o mesmo era amigo do Imperador Dom Pedro II e era um dos maiores defensores do monarquia.
Com certeza o que Claudio Bispo está colocando. Mas diante disto, vou procurar me aprofundar mais na biografio do falecido presidente Nilo Peçanha.
Por pouco tpo fez mto!….inclusive inserção da mulher no mdo fo trabalho como funcionária pública…aplausos.
Passado tanto tempo, retrato-me ante um político da antiga Republica cuja personalidade enalteço-a e, com toda certeza, equiparo-o a outros brasileiros que honraram, e ainda honram, este país, com Rui Barbosa, Oswaldo Cruz, José do Patrocínio, Castro Alves e para não se estender muito, até para melhor distingui-los, Darcy Ribeiro e Sérgio Moro.
Poucas pessoas já ouviram falar de Nilo Peçanha, a cada dez pessoas apenas duas devem saber sobre esta história.