Dia Mundial da Saúde é marcado por protestos contra ministro

Em meio a ameaça de perda de direitos, data é lembrada por profissionais, usuários e militantes pelo direito a saúde

Por Monyse Ravena, Brasil de Fato

O Dia Mundial da Saúde é comemorado em 7 de abril, data da criação da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1948. A OMS é um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU). No Recife o Comitê Popular da Saúde realiza um dia de atividades na Praça do Derby. Entre as atividades estão aulas públicas, práticas integrativas, oficinas, apresentações teatrais e panfletagem.

O tema escolhido é “Saúde é direito, não deixe o SUS acabar”. Segundo Fernando Severino da Silva, membro do Comitê Popular pela Saúde e agente comunitário de saúde, o tema se relaciona ao desmonte do SUS, “principalmente após a aprovação da PEC 55, da Lei da Terceirização e das ameaças com a Reforma da Previdência”, afirma.

Uma das principais denúncias da mobilização é que Ricardo Barros, atual ministro da Saúde nomeado pelo presidente golpista Michel Temer, recebeu de empresas ligadas a Planos de Saúde “doações” que contabilizam R$ 100 mil para sua campanha ao cargo de deputado federal. E agora o ministro fala na criação de “planos de saúde populares”, que segundo os militantes do Comitê significa um processo de sucateamento e privatização do SUS. Se implementados os planos populares podem dificultar o atendimento de pessoas com tratamentos que custam caro.

Saúde da Família

A Rede de Médicos e Médicas Populares é uma das entidades que compõem a organização das atividades do Dia Mundial da Saúde em Pernambuco. A Rede tem pautado constantemente a importância da atenção básica e do modelo de atendimento comunitário. E tem defendido uma mudança no modelo de atendimento, que hoje é focado na medicalização, mas que a Rede de Médicos avalia como muito mais eficaz o modelo que foca na história de vida dos pacientes.

Para o médico Aristóteles Cardona, professor da Universidade Federal do Vale São Francisco (Univasf) e integrante da Rede de Médicos, o Programa Mais Médicos significou um avanço muito importante na atenção primária aqui em Pernambuco nos últimos anos. Mas pondera. “Aqui no estado temos problemas estruturais e, em muitas cidades, sobretudo no Sertão, Unidades de Saúde da Família (USF) foram construídas com verba federal. O Governo do Estado teria obrigação de ajudar e isso termina sendo um problema, porque o governo aqui praticamente não apoia a atenção primária”.

Falando sobre a importância do atendimento comunitário, Cardona aponta que a maior vantagem é um atendimento dentro da realidade das pessoas. “O atendimento comunitário nos deixa mais próximo do dia a dia das pessoas, seja nos seus locais de moradia, seja nos seus locais de trabalho. E isso é importante porque nesse tipo de atendimento 80% dos problemas de saúde são resolvidos sem a densidade tecnológica e o custo dos hospitais”, finaliza.

Edição: Redação.

Imagem: “Saúde é direito, não deixe o SUS acabar”, é o tema da mobilização / Cenativa Estúdio.

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