UBM divulga nota sobre quilombolas e repudia declarações de Bolsonaro

Para a UBM, o posicionamento violento, racista, homofóbico, machista de Bolsonaro que defende coisas como posse de armas para os mais ricos e crueldade com seres humanos “não-brancos”, devem ser punidas, já que este homem ocupa cargo público e já declara ser candidato à Presidência do Brasil em 2018.

Pelo fim de todas as formas de opressão e violência, a entidade repudia a conduta do Bolsonaro e o “desserviço” que ele presta à nação, “totalmente adversas da construção de um mundo melhor, mais igual e de oportunidade a todas e todos, considerando as Diversidades e as Pluralidades de um Brasil de todas as cores, de todas as nações”, diz o artigo.

Leia abaixo a íntegra do texto da UBM:

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Quilombolas, patrimônio do Brasil
Por um Brasil de todos e todas!

Com uma trajetória histórica própria, as comunidades quilombolas são grupos cuja origem se refere a diferentes situações: áreas ocupadas no processo de resistência ao sistema escravista, doações de terras realizadas a partir da desagregação de monoculturas, compra de terras pelos próprios sujeitos, com o fim do sistema escravista, ou terras obtidas em troca da prestação de serviços.

Em todos os casos, o território é a base da reprodução física, social, econômica e cultural da coletividade. O mais emblemático dos quilombos formados no período colonial foi o Quilombo dos Palmares, que se localizava na serra da Barriga, região hoje pertencente ao estado de Alagoas. Palmares resistiu por mais de um século, e o seu mito transformou-se em moderno símbolo brasileiro da resistência do africano à escravatura.

O quilombo no Brasil teve sua trajetória histórica, construída na luta contra a opressão que decaia sobre o povo negro, na resistência a escravidão, por doações de terras realizadas na desagregação das monoculturas, ou de terras obtidas em troca da prestação de serviços.

Como formas diferenciadas de defesa e de proteção, se localizavam em territórios longínquos de difícil acesso, mas em todos os casos a base era e é, de reprodução física, social, econômica e cultura da coletividade. Os grupos viviam no isolamento, era uma estratégia que lhes garantiu a sobrevivência e elaborou em seus grupos organizados suas tradições e relações territoriais próprias, formando, em suas especificidades, uma identidade étnica e cultural que ao longo do tempo conseguiu o reconhecimento de patrimônio histórico material e imaterial de nossa nação.

Lembrando que o Quilombo dos Palmares foi um dos mais emblemáticos, resistiu por um século, transformando-se em símbolo da resistência do povo africano a escravatura.

Os Judeus bem como os africanos escravizados, foram vítimas de processos de perseguição de sua cultura, onde, a reparação histórica sobre a barbárie que foi o nazismo se consolidou, enquanto que para os negros este processo de reparação ainda gera polêmicas e nada se consolida. No Brasil do século XXI, o que temos é uma nação que abraça a todos e todas, de distintas e diversas etnias.

Mas porque isso tudo? Qual a finalidade desta discussão? Recente fomos submetidas enquanto cidadãs a mais um descontrole da figura pública de Jair Bolsonaro, com falas ofensivas, racistas, preconceituosas e separatistas, desqualificou a importância dos Quilombolas para a nossa nação e para a nossa cultura. Entre muitos desatinos, deixou claro o pais que defende e que quer futuramente gerenciar. Um pais homofóbico, violento, racista e xenofóbico, onde quanto menos se fizer no sentido de empoderamento social da nação e de seus seguimentos é melhor para manutenção do seu Projeto Político separatista.

Nós Mulheres da União Brasileira de Mulheres, que lutam pelo fim de toda forma de opressão, repudiamos a conduta de um legislador que comete um desserviço para a nossa nação com condutas, totalmente adversas da construção de um mundo melhor, mais igual e de oportunidade a todas e todos, considerando as Diversidades e as Pluralidades de um Brasil de todas as cores, de todas as nações.

Registramos nossa Solidariedade as Comunidades Quilombolas, ao Indígenas citados e que foram os primeiros donos desta Terra e aqueles Judeus que não concordam com a fala constrangedora e separatista deste homem eleito para representar e defender todos os cidadãos e cidadãs brasileiras e não para subjetivar a participação de um coletivo que hoje significa 3.524 comunidades.

Pelo fim de todas as formas de Opressão e Violência.

Solidariedade aos Quilombolas!

União Brasileira de Mulheres
Enviado para Combate Racismo Ambiental por Alenice Baeta.

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