Cândido Grzybowski – Ibase
Um governo constituído através de um ilegítimo processo de impeachment contra a Presidenta Dilma, vitoriosa nas eleições presidenciais, nunca poderá se considerar representante de fato da cidadania. Havia, sem dúvida, um acirramento de posições no seio da cidadania a favor e contra, um caldo político de mal estar com a política institucional e a percepção da corrupção, propício para rupturas tipo a que tivemos no ano passado no Brasil. Neste contexto, destaca-se, de um lado, o Judiciário assumindo um papel que não lhe cabe institucionalmente de protagonismo político “coercitivo” dos direitos nas operações contra a corrupção – direcionadas especialmente contra o PT, diga-se de passagem. Por outro lado, a grande mídia, especialmente a Globo, exerceu um papel fundamental para alimentar e amplificar o sentimento difuso de descrédito com a democracia e a política. Mas o golpe se fez com negociatas e traições no próprio Congresso Nacional, subjugado por interesses privados acima das forças sociais e correntes de opinião na sociedade brasileira, epicentro da crise de nossa democracia tornada de baixíssima intensidade. Em tal processo se forjou um Governo fantoche de grandes bancos, investidores e empresas, sem vergonha de se declarar fiel à agenda neoliberal de ajuste de leis e políticas a seus interesses de acumulação. (mais…)
Ler Mais