MPF cobra adoção de sistema de monitoramento eletrônico de aeronaves agrícolas

Recomendação que fixa prazo de 60 dias para que Anac apresente um cronograma de implementação da medida integra série de ações do MPF para marcar o Dia Mundial Sem Agrotóxico

Procuradoria-Geral da República

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que apresente, no prazo de 60 dias, um cronograma de ações para a implementação de sistema de monitoramento eletrônico das aeronaves agrícola que pulverizam agrotóxicos. A recomendação é uma das medidas do Grupo de Trabalho Agrotóxicos e Transgênicos da Câmara de Meio Ambiente do MPF (4CCR/MPF) em alusão ao Dia Mundial Sem Agrotóxicos, celebrado em 3 de dezembro.

O MPF entende que a criação de solução tecnológica é necessária para tornar mais eficientes os processos de fiscalização da aviação agrícola e monitoramento do cumprimento das regras estabelecidas para este tipo de aeronave. A ausência de sistemas de monitoramento informatizados e georreferenciados fragiliza a identificação de responsáveis por danos a terceiros e ao meio ambiente.

Segundo o documento, a adoção do monitoramento trará como consequências eficiência e redução dos custos de fiscalização da atividade, aumento na segurança das operações, com a consequente redução de acidentes, e diminuição da concorrência desleal e predatória no setor aeroagrícola.

Outras recomendações – Em outra frente, o Ministério Público Federal no Mato Grosso do Sul apresentou recomendações a empresas para retirarem propagandas irregulares de agrotóxicos de sítios eletrônicos, placas e outdoors. Para o MPF, esse tipo de publicidade fere os direitos básicos do consumidor quanto aos riscos à saúde e segurança.

O documento aponta que o Decreto 2018/1996 determina que a publicidade deve ser restringida a programas de rádio ou TV e publicações dirigidas a agricultores e pecuaristas, com explicação sobre a aplicação, consumo ou utilização dos agrotóxicos, de acordo com orientação dos órgãos responsáveis. A publicidade deve refletir as preocupações de toda a humanidade com os problemas relacionados com a qualidade de vida e a proteção ao meio ambiente.

“Assim, serão vigorosamente combatidos os anúncios que, direta ou indiretamente, estimulem a poluição do ar, das águas, das matas e dos demais recursos naturais; a poluição do meio ambiente urbano; a depredação da fauna, da flora e dos demais recursos naturais; a poluição visual dos campos e das cidades; a poluição sonora e o desperdício de recursos naturais”, defende o MPF. As recomendações sobre propaganda irregular também propõem a assinatura de termos de ajustamento de conduta para a reparação dos danos causados e para a prevenção de futuros ilícitos.

Informações – Como parte das ações do Dia Mundial Sem Agrotóxico, o Grupo de Trabalho Agrotóxicos e Transgênicos da Câmara de Meio Ambiente solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cópia dos estudos toxicológicos relacionados ao Benzoato de Emamectina e do produto Proclaim50 da empresa Syngenta, aprovados pela Anvisa em novembro deste ano.

O MPF também requereu à agência fiscalizadora as análises que, em 2010, subsidiaram o indeferimento da autorização de registro de produtos à base de Benzoato de Emamectin. O MPF quer acompanhar a evolução dos estudos sobre o inseticida a fim de garantir que o produto não ofereça riscos à população.

Em outro documento enviado à Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, o GT Agrotóxicos e Transgênicos pediu informações sobre os recursos destinados à implementação das ações do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. O ofício pede que sejam detalhadas as metas alcançadas e as eventuais correções no planejamento para 2018 e 2019.

Íntegra da recomendação à Anac.

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