Por Mário Magalhães, no The Intercept Brasil
Como aprendem os escribas, inclusive os dedicados somente às cartas de amor, o emprego de ironia costuma ser expediente de risco. Sem a voz para evidenciar o tempero irônico, é comum a mensagem ser lida ao pé da letra. Em 2016, gracejei no Twitter: “Ao golear o Haiti por 7 a 1, a seleção brasileira calou os críticos do 7 a 1 da Alemanha”. Nunca apanhei tanto, pois o pessoal interpretou como pitaco sério o que não passava de chiste. Ignoro o que é pior: ser espinafrado pelo que não disse – ou não quis dizer – ou descobrir que muita gente me supõe capaz de devanear tamanha sandice. (mais…)