Em decisão rara, TRF-3 aponta precipitação e anula sentença desfavorável a indígenas Guarani-Kaiowá

Decisão de 1º grau isentava dono da Gaspem, empresa vinculada a atos violentos contra indígenas em MS, de pagar indenização de R$ 480 mil. Ação volta a tramitar na Justiça Federal de Dourados.

MPF/MS

“Precipitada e sem a cautela necessária”. Assim, o desembargador Federal Souza Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), classificou a sentença do juiz Fábio Kaiut Nunes, da 1ª Vara da Justiça Federal de Dourados, que livrava Aurelino Arce, dono da empresa de segurança Gaspem, do pagamento de indenização de R$ 480 mil por expulsão violenta de grupos indígenas de fazendas ocupadas no estado. Agora, o processo deverá voltar à origem e recomeçar pela instrução, fase em que há o recolhimento das provas. A decisão é de novembro de 2017 mas só foi conhecida com o retorno dos autos à Justiça Federal de Dourados. O Ministério Público Federal no município de Dourados (MPF/MS) aguarda agora oportunidade para se manifestar e dar prosseguimento ao processo.  (mais…)

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Onde e em que condições estão as crianças nas cidades? Nesses tempos e entre golpes, importa ver e falar sobre elas

Os debates e pesquisas sobre cidade e o cotidiano vivido, por vezes, como problema por tantos de seus habitantes, somente muito recentemente tem se voltado para a infância. Isso se dá de modo ainda mais lacunar quando nos referimos às crianças com pouca idade

Por Marcia Gobbi*, no blog da Boitempo

Cenas

Micael. 5 anos. Favela da Fumaça. Zona Sul paulistana. Com vagar de quem olha para não se sabe onde, o menino segue pelas ruas ora asfaltadas, ora de terra seca. Encontra pelo caminho uma poça ou outra de barro devido a água jogada por moradores e moradoras para fazer diminuir a poeira insistente que cobre móveis, paredes, pulmões, olhos. O asfalto ainda não chegou a algumas ruelas. (mais…)

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A cada remoção, uma nova ocupação

Por Raquel Rolnik

Estamos vivendo uma emergência habitacional em São Paulo, como não se via há mais de uma década, pelo menos. Em outras palavras, por absoluta falta de acesso à moradia no mercado formal, e diante da ausência absoluta de políticas públicas para este segmento da população, estão se multiplicando as ocupações e os novos assentamentos, tanto nas periferias quanto nos edifícios abandonados de bairros centrais. (mais…)

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Nota de esclarecimento do MTST sobre o incêndio e desmoronamento de prédio ocupado no centro de SP

O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) tem mais de 20 anos de história de luta por moradia no Brasil. Nesse período colaborou para que milhares de pessoas tivessem acesso à moradia digna, um direito constitucional negado a mais de 6 milhões de famílias no país.

Nos últimos dois anos, estivemos na linha de frente das lutas e denúncias contra os cortes no orçamento da habitação. No ano de 2017, o governo Temer destinou apenas 9% dos valores previstos com moradia no orçamento. A faixa mais afetada foi a de baixa renda, que compreende famílias que recebem até 1.800 reais. Enquanto isso a Caixa Econômica ampliou o limite de financiamento para imóveis de luxo, uma completa inversão de prioridades. (mais…)

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Abraçando o Paradoxo do Planejamento da Informalidade

Nós fomos para Buenos Aires para ajudar a reprojetar o assentamento informal mais emblemático da cidade e aprendemos a apreciar o que os moradores já construíram

por Jeff Risom e Mayra Madriz, em RioOnWatch

Planejadores e designers urbanos enfrentam frequentemente um paradoxo desconfortável: as pessoas tendem a preferir bairros que se desenvolveram organicamente com as contribuições de muitos ao invés daqueles que foram planejados por um pequeno grupo de especialistas. Os criadores de cidades adoram usar termos como ‘orgânico’, ‘espontâneo’ e ‘autêntico’, mas tendem a planejar e projetar áreas que limitam essas mesmas qualidades. Nós enfrentamos esse paradoxo de forma muito explícita quando Gehl, onde trabalhamos como designers urbanos, foi convidada pelo governo de Buenos Aires para prestar assessoria de design para um plano ambicioso liderado pela Secretaria de Inclusão Social e Urbana da prefeitura para reconstruir a favela mais emblemática, construída por moradores, da capital da Argentina. O plano era transformar Villa 31—villa é a gíria argentina para favela–em um bairro, um barrio. (mais…)

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Indígenas preparam conferência nacional contra retirada de direitos no SUS

SUS Conecta

Diversas lideranças indígenas de todo o país estiveram presentes nesta terça (24/04), em Brasília, na 100ª Reunião da Comissão Intersetorial de Saúde Indígena (Cisi), do Conselho Nacional de Saúde (CNS). O encontro aconteceu junto ao Fórum de Presidentes dos Conselhos Distritais Especiais Indígenas. Na ocasião, as lideranças definiram que a 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena ocorrerá no primeiro semestre de 2019.

A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas foi publicada oficialmente em 2002, construída após muita luta de diferentes etnias brasileiras. Em um contexto de retrocessos nas políticas públicas de saúde, as populações mais afetadas são aquelas que vivem uma série de vulnerabilidades. É o que afirma Ronald dos Santos, presidente do CNS. “Diante da crise, os primeiros a sofrerem são as populações mais fragilizadas”, afirmou. (mais…)

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