Tema foi debatido durante curso de extensão no Pará
Por Viviane Brigida
Da Página do MST
Terminou neste final de semana o Curso de Extensão em Agroecologia realizado pelo MST em parceria com o Instituto Federal do Pará. As aulas – que durante três finais de semana reuniram cerca de 30 educandos -, aconteceram no assentamento João Batista II, localizado no município de Castanhal, região nordeste do Pará.
Segundo o camponês Antônio Ramos, 59 anos, do assentamento Mártires de Abril, cursos como esses são essenciais na formação dos camponeses e camponesas: “Através da agroecologia nós aprendendo a cuidar da natureza e de nossa produção”, diz.
O manuseio e os cuidados com as criações foi o que mais chamou a atenção de Jósimo da Silva, com apenas 16 anos, o aluno mais jovem da turma se disse feliz com a troca de experiência com os mais velhos.
“Foi maravilhoso adquirir novos conhecimentos rodeado de pessoas mais experientes. Aprender sobre manejo de animais, cuidados e os tipos de criação com que já faz isso diariamente foi uma das coisas mais interessantes desse aprendizado”, destacou Silva.
Entre uma aula e outra os educandos puderam criar uma unidade demonstrativa de Sistemas Agroflorestais (SAF) e um modelo de galinheiro móvel.
Para Vanessa Mariana, 31 anos, camponesa da comunidade Bacuri, vizinha ao assentamento João Batista II, o curso foi muito produtivo.
“Pude tirar muitas dúvidas sobre a criação de animais e o plantio de várias espécies locais, além disso, o curso me incentivou a investir em novas práticas como por exemplo: a criação de caipirão, de abelhas e a implementação de SAF que não existem no lote”, declarou Mariana.
Para a coordenação do curso, o curso serviu para aprimorar o conhecimento e fortalecer a agricultura como modelo ao agronegócio.
“Quanto mais o camponês conhece e fortalece sua relação com a natureza, mais as famílias se fortalecem contra modelo do uso do veneno, do químico e monocultivo” afirmou Sebastião Lopes do setor de produção do MST.
É o que destaca também Romier Paixão, do IFPA e do Núcleo de Estudos em Educação e Agroecologia na Amazônia (NEA), para o professor o curso não acaba, ele segue no dia a dia do camponês e da camponesa e no fortalecimento do coletivo.
“A ideia da agroecologia não é utópica, há milhares de camponeses e camponesas trabalhando diariamente nessa transição. Pensar sistemas que gerem soberania alimentar, renda, recursos e que aumente a produção de alimentos saudáveis é o desafio. E nós estamos todos aqui na parceria, na construção e no fortalecimento desse objetivo”, finalizou.
*Editado por Maura Silva