Levante pelo clima: protestos se espalham pelo planeta

De Katmandu a Copenhague, passando pela Antártica, pessoas pedem mudança de postura de seus governos sobre as matrizes energéticas

Em O Globo

Em Sidney, na Austrália, um navio com bandeiras passeou ao longo do porto, elas levavam faixas com mensagens alertando sobre as mudanças climáticas. Na cidade de Ho Chi Minh, no Vietnã, grupos de jovens se organizaram em um “flashmob” — uma dança coreografada no meio da rua com vários participantes — para aumentar a conscientização sobre o aquecimento global. Em Durham, no Reino Unido, ativistas se prenderam ao maquinário de extração de minério com o objetivo de parar a exploração por um dia inteiro. No Rio de Janeiro, manifestantes se reuniram em Ipanema para fazer uma caminhada até o Arpoador para “celebrar a natureza assistindo ao belíssimo por do sol”.

Centenas de milhares de manifestantes estão se reunindo em cerca de 850 eventos em 90 países para conscientizar a população de cada uma das regiões sobre as mudanças climáticas. O movimento é uma das maiores ações globais já destacadas sobre o assunto. Eles estão marchando em cidades de Katmandu a Copenhague, Lagos a Lisboa, Bogotá a Berlim.

O apoio foi registrado até mesmo na Antártida, onde o astrobiólogo Cipriano Verseux tirou uma selfie segurando uma placa com o slogam do movimento organizado pela ONG 350.org: “Rise for Climate”, ou “levante pelo clima”, em tradução literal.

No Brasil, o movimento está sendo chamado de “Una-se pelo clima” e teve ações em 14 cidades. As atividades vão de caminhadas, como a realizada hoje no Rio de Janeiro, a oficinas formativas sobre como os cidadãos podem se engajar na luta contra o aquecimento global, outras cidades receberam audiências públicas para o debate de leis que proíbam a exploração mineral do gás de xisto, explica um dos organizadores, Juliano Bueno de Araujo, ambientalista e ativista climático, da ong 350.org e do Instituto Internacional Arayara.

— Nessa semana de ação de mudanças climáticas várias cidades passaram a receber audiências públicas para o debate em torno da criação de um projeto de lei que proíba a exploração do gás de xisto em seus territórios. Em outras foram feitas oficinas, onde as pessoas passam a receber a informações sobre o que são as mudanças climáticas e como a cidade e cada indivíduo podem fazer controlar a emissão dos gases que contribuem para o efeito estufa.

No Reino Unido, ativistas se acorrentaram a máquinas e equipamentos de mineração para impedir a exploração por um dia em dois campos diferentes no condado de Durham, no nordeste da Inglaterra. O objetivo também era chamar a atenção para impedir a abertura de uma nova mina de carvão na região.

— Tomamos medidas diretas para desafiar a destrutiva indústria de combustíveis fósseis — afirmam os grupos em comunicado único. — Nos solidarizamos com os moradores e protetores em Pont Valley, e aqueles nas linhas de frente da indústria de combustíveis fósseis globalmente.

As ações de hoje vão chegar ao clímax com a pintura do maior mural de parede do mundo em São Francisco, nos Estados Unidos. A cidade receberá o Global Climate Action Summit, que começa na próxima semana, quando políticos e líderes de cidades de todo o mundo ser reunirão para discutir a crise climática.

Navio passa pelo porto de Sidney com bandeiras alertando para as ações do “Levante Pelo Clima. Divulgação 350.org

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Juliano Bueno de Araujo.

 

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