Grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” publica carta contra o ódio, a violência e a intolerância

O grupo de Facebook “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro!!!”, que alcançou um milhão de integrantes em menos de uma semana, publicou e enviou para a imprensa uma carta atacando a campanha de ódio do ex-capitão

IHU On-Line

O Brasil vive um momento especialmente dramático de sua história. Nas eleições mais conturbadas após o fim da Ditadura civil militar, assistimos à perigosa afirmação, por um dos candidatos à Presidência, de princípios antidemocráticos, expressos num discurso fundado no ódio, na intolerância e na violência.

Se a posição deste candidato era pública, tendo sido reiteradamente manifesta ao longo dos 27 anos em que vem atuando na Câmara Federal, causa perplexidade a adesão a tais princípios por parte significativa da sociedade brasileira.

O tratamento desrespeitoso dirigido às mulheres, aos negros, indígenas, homossexuais, o culto à violência, a agressão contra adversários, a defesa da tortura e de torturadores, constituem manifestações que devem ser combatidas por aqueles que acreditam nos princípios civilizatórios que possibilitam a existência de uma sociedade democrática e plural.

Neste contexto, nós, mulheres, vítimas de agressões e desqualificações por parte deste candidato, viemos à público expressar nosso mais veemente repúdio aos princípios por ele defendidos, conclamando a população brasileira a se unir na defesa da democracia, contra o fascismo e a barbárie.

Somos muitas, para além de UM MILHÃO que integra este grupo. Defendemos candidatos e candidatas distintas, dos mais diferentes matizes político-ideológicos. Temos experiências e visões de mundo diversas, assim como são distintas nossas idades, orientação sexual, identidades étnico-raciais e de gênero, classe social, regiões do país em que vivemos, posições religiosas, escolaridade e atividade profissional.

Na verdade, nos constituímos como coletivo a partir de uma causa comum, expressa nesta carta: a rejeição à prática política do candidato e aos princípios que a regem. Nos constituímos nas redes sociais, unidas numa corrente crescente e ativa, pela necessidade de tornar pública nossa posição no exercício da cidadania e participação, a partir da identidade feminina que nos congrega.

Nós, mulheres, historicamente inferiorizadas e marginalizadas, sujeitas a toda sorte de violência e desrespeito, recusamos hoje o silêncio e a submissão, herdeiras de uma luta há muito travada por mulheres que nos antecederam.

Somos aquelas que constituem a maioria do eleitorado brasileiro, ainda que sub-representadas na política partidária. Somos aquelas que, gestando e alimentado novas vidas, defendemos o direito de todos e todas a uma vida digna.

Somos aquelas que, temendo pelas nossas vidas, pelas vidas de nossos filhos, filhas, companheiros e companheiras, diante da violência que assola e corrói a sociedade brasileira, somos contra a liberação do porte de armas, que só irá piorar o já dramático quadro atual.

Somos aquelas que, recebendo salários inferiores, com menor chance de contratação e progressão nos espaços de trabalho, entendemos que cabe aos governantes, à semelhança do que já ocorre em muitos países, construir políticas de igualdade salarial entre homens e mulheres.

Somos aquelas que, vítimas de assédio, estupro, agressão e feminicídio, defendemos o direito à liberdade no exercício da vida afetiva e sexual, demandando do Estado proteção e punição aos crimes contra nós cometidos.

Somos aquelas que protestam contra a perseguição e violência contra a população LGBTQ, porque entendemos que cada ser humano tem direito a viver sua identidade de gênero e orientação sexual.

Somos aquelas que se insurgem contra todas as formas de racismo e xenofobia, que defendem um país social e racialmente mais justo e igualitário, que respeite as diferenças e valorize as ancestralidades.

Somos aquelas que combatem o falso moralismo e a censura às expressões artísticas, que defendem a livre manifestação estética, o acesso à cultura em suas múltiplas manifestações.

Somos aquelas que defendem o acesso à informação e a uma educação sexual responsável, através de livros, filmes e materiais que eduquem as crianças e jovens para o mundo contemporâneo.

Somos aquelas que defendem o diálogo e parceria com escolas, professores e professoras na educação de nossos filhos e filhas, sustentados na laicidade, no aprendizado da ética, da cidadania e dos direitos humanos.

Somos aquelas que querem um país com políticas sustentáveis, que respeitem e protejam o meio ambiente e os animais, que garanta o direito à terra pelas populações tradicionais que nela vivem e trabalham.

Somos muitas, somos milhões, somos:
#MULHERES UNIDAS CONTRA BOLSONARO
CONTRA O ÓDIO, A VIOLÊNCIA E A INTOLERÂNCIA

Comments (2)

  1. Diante do texto exposto, sinto-me na obrigação de tecer o seguinte comentário, fica claro que os discursos de Bolsonaro incitam o ódio, no entanto o ódio que é incitado é sobre ele mesmo, todos que afirmam que ele incita o ódio demonstram ódio em suas falas sobre Bolsonaro, isso fica claro quando avaliamos o comentário onde ao invés de citar o nome do referido, a sr Marianna utiliza a representação de fezes.
    Há outro ponto muito significativo no comentário da sra Marianna, segundo ela quem apoia Bolsonaro não tem nenhuma cultura ou educação, mas não é preciso pensar muito e já lembramos da sr Janaina Paschoal, creio que não é necessário falar sobre a formação academica da mesma, onde de longe posso ter certeza que supera a desta sra autora do comentário.
    Por fim, O artigo expõe diversas ideias do Bolsonaro, no entanto fora do contexto, e generaliza a luta contra ele, como se fosse uma causa dos gays, negros e mulheres e não uma discordância ideológica, texto sem conteúdo e sem propriedades.
    O que há é um desabafo de ódio individual, MENOS ÓDIO MAIS AMOR!!!

  2. Bah nossa gente não tenho nem palavras, quando vejo mulher, afrodescendente, ou quem quer que seja apoiando esse ??????,não tenho palavras pra especificar essas pessoas, falta oque cultura educação história, não sei oque dizer.

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