Presidente da CDHM lamenta agressões a moradores de rua e padre Júlio Lancelotti em São Paulo

CDHM

Na manhã desta sexta-feira (14), integrantes da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo (GCM) entraram no Centro Comunitário São Martinho de Lima, no bairro da Mooca, região central da cidade. O local é um espaço usado todos os dias por pessoas em situação de rua. Lá, fazem refeições e higiene pessoal. De acordo com testemunhas, os policiais tentavam recolher pertences das pessoas e isso provocou tumulto e agressões.

O padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Povo da Rua, estava no local e também foi agredido junto com usuários do Centro. O religioso relatou o que aconteceu ao portal de notícias Brasil 247.

“A GCM veio com toda a força, jogaram gás de pimenta, me deram soco no estômago, cuspiram em mim, falaram coisas horríveis”, afirma o religioso. “Eles não têm nenhuma tática para lidar com o conflito, eles acirram o conflito. Jogaram muito gás de pimenta”, diz Lancelotti. Segundo ele, os moradores de rua reagiram com pedras, atingindo um carro e um policial.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), deputado Luiz Couto (PT/PB), repudia o ato de violência e repressão que atingiu famílias sem teto e o religioso.

“É mais uma manifestação da falta de tolerância que, em nível institucional, tem submetido pessoas pobres a constrangimentos, humilhações e atos de violência extremada, violando assim os direitos humanos à igualdade e à não discriminação”, afirma Luiz Couto.

O presidente da CDHM vai além. “São atos rotineiros de higienização social promovidos pela administração municipal que, assim como as elites, acredita que a pobreza de nossos irmãos e irmãs de rua, fere a beleza de seu mundo de conto de fadas. Um mundo onde as fraturas sociais devem ser retiradas de seus olhos, sem um comprometimento verdadeiro em combater e resolver o problema”, conclui Luiz Couto.

Centro Comunitário São Martinho de Lima

O Centro recebe cerca de 800 pessoas em situação de rua todos os dias para receberem almoço e desenvolve atividades com essa população desde fevereiro de 1990. O local realiza também programas de higiene pessoal, assistência social, bazar de roupas e calçados, atividades sócio educativas, farmácia para primeiros socorros com produtos fitoterápicos e horta comunitária.

Imagem: Guardas municipais dentro do espaço usado por moradores de rua, após confusão que se iniciou fora do local. Reprodução Youtube

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Pedro Calvi.

 

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