Encontro reúne atingidas e atingidos no México

Aconteceu entre os dias 15 e 18 de novembro, em Salsipuedes, na região de Guerrero, Município de Acapulco no México, o XIII Encontro Nacional do Movimento Mexicano de Atingidos por Barragens e em defesa dos rios (MAPDER), que está fazendo 15 anos de existência e luta no país.

No MAB

Na carta final do Encontro, que reuniu mais de 130 atingidas e atingidos, o MAPDER analisa a conjuntura atual no México, que define como de “grande efervescência e mudança política”. Daqui a 15 dias assumirá um novo governo, liderado pelo progressista Andrés Manuel López Obrador: “Existe uma esperança de mudança nos 32 milhões de mexicanos que rejeitaram o regime que imperou por mais de 80 anos de imposição, autoritarismo, corrupção e impunidade, e com a ascensão da direita na América Latina entendemos a importância de um novo governo progressista no continente. Mas para os movimentos que fazemos oposição ao extrativismo depredador e o modelo energético atual, no nosso país isso não significa uma mudança em favor das nossas demandas. Temos claro que só a organização e articulação de movimentos populares poderá fazer valer a determinação dos povos nos seus territórios”.

Para Mônica Montalvo, da coordenação Nacional do Movimento, “o Encontro foi muito importante no sentido de reafirmar nossos objetivos. Exigimos que se cancelem as licenças das barragens projetadas no território mexicano, mas também analisamos o que temos feito nestes quinze anos, valorizando as vitórias, mas também refletindo sobre os desafios que teremos no próximo período”. E agregou: “Infelizmente nestes 15 anos vemos como a violência, a repressão, os assassinatos e ameaças aos defensores dos rios tem aumentado. Por isso foi muito bom encontrarmos, e de mãos dadas pedir aos rios forças para seguir na luta”.

Luiz Dalla Costa, da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) do Brasil, e da Coordenação do Movimiento de Afectados por Represas em América Latina (MAR), expressou: “Um encontro como este do MAPDER é de vital importância no momento que vivemos no continente. Diante do avanço da direita e o conservadorismo precisamos reforçar a organização e a unidade, e a realização de Encontros nacionais sempre colabora nesse sentido”.  Montalvo reafirmou este compromisso: “Não é possível entender a caminhada do MAPDER sem os movimentos aliados e parceiros da América Latina, que sempre tem sido muito importantes na luta, e com os que precisamos continuar caminhando e lutando juntos”.

Também na carta final do Encontro, o MAPDER afirma: “continuaremos na defesa dos povos e os rios frente ao embate dessa nova fase do capitalismo. O modelo energético vigente favorece às empresas privadas, tirando da natureza e do povo as condições de vida (…) Consequentes com a nossa história de luta informamos ao novo governo que não aceitaremos a imposição de projetos de barragens e hidroelétricas, assim como outros modelos extrativos depredadores que só trouxeram enfrentamento, repressão e criminalização de quem por tantos anos tem defendido a terra, a água, e os direitos dos povos e territórios”.

Imagem: Reprodução do MAB.

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