Menina denuncia padrasto por estupro após palestra sobre violência sexual, no ES

Padrasto, suspeito de cometer o crime, foi preso pela Polícia Civil. Caso aconteceu em Vila Velha, na Grande Vitória. Criança comentou sobre o ocorrido com uma professora.

Por André Rodrigues, G1 ES

Uma menina de onze anos, moradora de Vila Velha, na Grande Vitória, denunciou o próprio padrasto por maus tratos e abuso sexual. A vítima conseguiu contar sobre o que vinha passando a uma professora, após assistir a uma palestra sobre violência sexual na escola pública onde estuda. O homem foi preso.

O caso aconteceu no dia 21 de novembro. Segundo o delegado Lorenzo Pazolini, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), a criança relatou que havia sido abusada várias vezes nos últimos meses pelo suspeito.

O homem foi preso após ser localizado por policias na casa onde morava, em Vila Velha, e vai cumprir pena por estupro de vulnerável.

O Conselho Tutelar de Vila Velha disse que foi informado da denúncia e acompanha o caso. Inicialmente, depois de fazer exames médicos de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), a criança foi levada para um abrigo. Agora, está sob os cuidados de familiares.

Alerta ligado

A professora e psicóloga Paula Janaína Costa, que também é diretora do Sindicato dos Professores do Espírito Santo (Sinpro-ES), disse que palestras sobre educação sexual são fundamentais para o desenvolvimento da criança.

Contudo, ela informou que o conteúdo das palestras são formulados de acordo com a média de idade de cada classe de alunos.

“O que temos para transmitir é que a informação é necessária e muda de acordo com cada idade. Afinal, sexualidade para a criança e o adolescente é diferente do que é pensado para adultos. Levamos a informação para os alunos menores de que eles não podem deixar pessoas tocarem de certas maneiras em suas partes íntimas, mostramos o que é algo abusivo e que está fora de contexto e padrão. Fazemos alertas para que elas consigam identificar que algo não está certo. É fazer com que elas não se sintam vulneráveis em um ambiente opressor.”

A psicóloga destacou que a importância de professores estarem atentos a qualquer mudança de comportamento apresentada por crianças e adolescentes.

“Professores precisam ficar ligados. Comportamento agressivo, aluno muito retraído e fechado, aluno que não quer participar do recreio e nem fazer trabalhos com outros colegas. Esses podem ser sinais de um possível abuso. A criança acaba não vendo como sair daquela situação.”

Paula Janaína Costa relata que casos de depressão entre adolescentes vêm sendo observados naqueles que sofrem abusos sexuais.

“São abusos que sofrem dentro da própria casa por familiares ou de pessoas que são amigos da família. Eles ficam com medo, podem entrar em um estado de depressão profundo e o quadro só vai piorando. Então, precisamos falar sobre isso. Temos que orientar essas vítimas”, finalizou.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.

2 × três =