A pós-graduação viabiliza a formação de educadores e educadoras que atuam na Educação do Campo, em áreas de Reforma Agrária na Bahia
Por Coletivo de Comunicação Bahia / MST
Na última segunda-feira (14), teve início na Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto (EPAAEB) o primeiro curso de Pós-Graduação (lato-sensu), com Especialização em Educação e Agroecologia. A Escola está localizada no Extremo Sul da Bahia.
O curso é voltado para os educadores e educadoras que atuam nas Escolas do Campo nas áreas de Reforma Agrária. A formação desses educadores, sujeitos de uma realidade conflituosa em que a hegemonia da produção agrícola convencional é disputada por um projeto agroecológico, torna-se dispositivo estratégico para a construção de novas formas de vivência, que se relacionam com a natureza, a produção de alimentos, o trabalho e o direito à saúde nesta região.
Segundo a educadora e coordenadora pedagógica da EPAAEB, Dionara Ribeiro, é preciso aprofundar o conhecimento, “tanto acerca da nossa concepção de educação e agroecologia quanto no ponto de vista das metodologias de trabalho da agroecologia com a infância, adolescência e juventude. Uma agroecologia que não fique presa nos quatro muros da escola, mas que dialogue com a comunidade e com a sociedade em geral‘’.
A especialização é construída a partir da necessidade das Escolas do Campo da região para incorporar a agroecologia em seus currículos. O projeto funciona em parceria entre a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), o MST e a EPAAEB.
A professora e pesquisadora, Marcela Pronko, que coordena a especialização, reforça que as reflexões teóricas tem como base a vivência e prática cotidiana dos educandos, que atuam como educadores nas Escolas do Campo. “Esse é o ponto de partida para o desenvolvimento de uma reflexão de características mais teóricas. Para que no final do processo possa com essas ferramentas que a teoria oferece voltar à prática, repensar e poder modificá-la, integrando a agroecologia como elemento fundamentador do ensino em sala de aula.”
O curso tem como base a pedagogia da alternância, a partir dos fundamentos da Educação do Campo. Com a duração de 13 meses e carga horária total de 488 horas, sendo organizado em quatro etapas de tempo escola e três de tempo comunidade.
Para o educadores, a pedagogia da alternância potencializa a relação entre teoria e prática e os estudos de realidade, em que o sujeito histórico se insere no mundo. Nesse sentido, serão realizadas práticas de ensino, pesquisa e pedagógicas diversas.
Participam do curso 46 educadores de duas regiões da Bahia: Extremo Sul e Baixo Sul, que representam 16 escolas, desde a educação infantil, fundamental I e II e ensino médio. ‘’A maior parte das escolas tem a prática da agroecologia, mas não estão com os conteúdos nivelados. Algumas estão começando e outras já estão a mais de dois anos desenvolvendo a agroecologia dentro das escolas’’ reforça Dionara.
*Editado por Solange Engelmann
Foto: Coletivo de comunicação BA