Mãe e esposa de suspeito em assassinato de Marielle trabalhavam para Flávio Bolsonaro

Da Redação Sul21*

A mãe e a esposa do ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe da milícia de Rio das Pedras, trabalharam até novembro do ano passado no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), revelou nesta terça-feira (22) o jornal O Globo. Adriano é um dos suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

Adriano seria integrante do “Escritório do Crime”, braço armado da milícia que atua com grilagem de terras em Rio das Pedras, especializado em assassinatos por encomenda. Ainda segundo O Globo, ele é acusado há mais de uma década por envolvimento em homicídios. Ele teve o mandato de prisão expedido, mas ainda não foi localizado.

Segundo a apuração do veículo, a mãe de Adriano, Raimunda Veras Magalhães, e a esposa, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, trabalharam para Flávio recebendo R$ 6.490,35 mensais. Segundo o Diário Oficial do Estado, ambas foram exoneradas a pedido no dia 13 de novembro de 2018.

O jornal apurou, ainda, que Adriano é amigo de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio investigado pelo Ministério Público sob suspeita de recolher parte dos salários dos funcionários do senador eleito. Segundo revelou a coluna de Lauro Jardim nesta segunda-feira (21), Queiroz teria passado alguns dias escondido na comunidade de Rio das Pedras, onde atua o Escritório do Crime.

Queiroz seria o responsável pela indicação das familiares de Adriano à família Bolsonaro. Ainda, O Globo aponta que Raimunda é uma das funcionárias que repassou dinheiro para a conta de Queiroz, no valor de R$ 4,6 mil. Relatório da Coaf – Conselho de Controle de Atividades Financeiras, entidade que primeiro revelou as transações suspeitas de Queiroz, menciona também que a mãe de Adriano é sócia de um restaurante localizado em frente à agência do Banco Itaú na qual foi feita a maioria dos depósitos em dinheiro vivo na conta de Queiroz.

Em 2003, Adriano foi homenageado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) pelo gabinete de Flávio e, no ano seguinte, Ronald Paulo Alves Pereira, preso nesta terça-feira por envolvimento com o assassinato de Marielle e apontado como chefe da milícia Muzema, recebeu a mesma comenda.

*com informações do Globo

Foto: Reprodução/JN

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Amyra El Khalili.

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