“Quem tá na rua nunca tá perdido”

Depressão e desemprego o empurraram para as calçadas de SP. Viveu o “regime penitenciário” de albergues. A violência policial. Chamado de “encrenqueiro” por recusar assistencialismo, hoje Edvaldo Souza é liderança da população de rua

Por Rôney Rodrigues, em Outras Palavras

Não existe poprua perdido, bravateia Edvaldo Gonçalves de Souza, 49 anos, enquanto tenta encontrar, em uma cidade que não conhece, caminhando por paisagens que nunca vira, a direção do bar mais próximo. As ruas de Cidreiras, no Rio Grande do Sul, não dizem nada e ele também não se esforça em pedir informações aos poucos moradores que se assomam na varanda para tomar mate: só vemos casas e mais casas de veraneio. Mas Edvaldo tem, ou acredita ter, um sexto sentido de quem bateu muita perna por várias cidades ou grotões brasileiros, seja para trabalhar, para descolar um prato de arroz-com-feijão ou só de viração mesmo. Nesse momento, tanto ele quanto eu só queremos espantar o cansaço das mais de 24 horas de confinamento em um ônibus interestadual, vindo de São Paulo para o 4º Congresso Nacional da População em Situação de Rua – realizado nos em maio de 2018 — e tomar uma caninha em paz.

“Acho que é por ali, quebrando a direita. Estou sentindo”, diz Edvaldo, que parece captar invisíveis vibrações etílicas de um bar que se avizinha.

“Você tem faro pra cachaça, cara”, brinco.

“Quase”, gargalha, fanfarrão. “Mas vai tirando comigo, você vai ver. Poprua nunca está perdido”, reitera.

Dizer que Edvaldo é um morador de rua o deixaria puto, com o olhar eletrizado de raiva frente a ignorância do interlocutor.

“Não, não, não, não, não”, já o escutei, incontáveis vezes, interromper discursos alheios. “Ninguém mora nas ruas, ninguém aqui é morador de rua, a gente vive nas ruas. Ter que sobreviver nas ruas é uma tragédia. Está nessa condição justamente por não ter onde morar. A gente é poprua, com muito orgulho”.

Não é preciosismo semântico, explica, em outras palavras, mas uma posição política e uma síntese discursiva da “luta do meu povo” contra as injustiças perpetradas, diariamente, pelo Estado.

“E também, olha só, cara, nos últimos anos só aumenta o número de pessoas que empurradas pras ruas, uma tragédia que é ou não é cada vez mais popular? Então somos pop também!”, ri ele.

Uma popularidade preocupante. Não há pesquisas exatas, já que o IBGE não inclui a poprua no Censo e cada cidade segue uma metodologia e periodicidade própria para os levantamentos — um dos fatores que dificultam a implementação de políticas públicas. Mas, São Paulo, a maior cidade brasileira, pode dar elementos de como a situação se agravou nos últimos anos, com retirada ou desmantelamento de políticas públicas, especulação imobiliária e desemprego e pobreza em alta. Ao longo de todo ano passado, assistentes sociais municipais abordaram cerca de 105,3 mil pessoas nas calçadas da cidade, número 66% maior do que a quantidade de pessoas abordadas na mesma situação em 2016, quando foram contabilizados 63,2 mil indivíduos, e 88% acima da de 2015. Viver nas ruas é mesmo, como sugere Edvaldo, um destino pop na conjuntura política, social e econômica que vivemos.

Contra com fritas

Já no boteco, nos sentamos do lado de fora, em mesas e cadeiras de plástico. Em silêncio, Edvaldo mantém um sorrisinho, discreto, mas também petulante, como se quisesse esfregar em minha cara que meu ceticismo inicial, em relação ao seu sexto sentido rueiro, era infundado e eu devia-lhe desculpas. Mas não lhe dei esse prazer.

Conheço Edvaldo há quase três anos, quando iniciou seus trabalhos no Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR), entidade fundada em 2005 que, depois, o elegeu como coordenador estadual. O Congresso que participamos é realizado a cada dois anos e define as diretrizes nacionais de atuação das lideranças da poprua.

Hoje Edvaldo já não vive nas ruas. Busca trabalhos como profissional de TI – “tem isso de querer que a poprua trabalhe com artesanato ou fazendo sabonete, coisinhas que acham fofas de economia criativa, mas eu quero é trabalhar na minha área, caralho”, destaca –  dorme em um colchão na sede do MNPR (conhecida como Cisarte), localizada embaixo do Viaduto Pedroso, na Bela Vista. Mas sabe que a situação não é estável, dado os perrengues financeiros vividos pelo MNPR e uma ameaça da Prefeitura em despejá-los para transformar o espaço em uma sucursal do estadunidense Rotary Club. A qualquer momento, portanto, pode pegar sua mochila e seu cobertor e buscar abrigo em alguma calçada.

Chega o litrão de Brahma, acompanhado de quatro copos: dois para a cerveja e dois, preenchidos até a metade, de cachaça barata – Velho Barreiro. Vasculho o cardápio para pedirmos uma porção gordurosa que lubrifique o estômago e fígado para a cascata de álcool que virá.

“E como você, bem, acabou nessa, ham, situação?”, pergunto, receoso.

“Nessa situação?”, responde ele, detectando uma frase cheia de dedos.

“Não me leve a mal, mas não sei se é de bom tom ficar colocado o dedo na ferida de quem viveu uma situação que você mesmo definiu como tragédia. Sabe como é…”.

“Não, não tem nada disso. Somos poprua com orgulho. Queremos ser vistos. Não somos invisíveis, não é mesmo?”.

“Vão querer mais alguma coisa?”, pergunta a garçonete.

“Uma porção mista: meia de contra e meia de fritas, por favor”, peço.

“Meia de contra e meia de fritas”, repete ela. “Mais alguma coisa?”.

“Não, brigado”.

Ela sai. Edvaldo acende um Eight. Traga com vontade. Solta, devagarinho, a fumaça. Um poprua nunca está perdido, deve estar pensando.

“Bom”, enfim diz ele. “Continuando: como fui parar na rua. As coisas não acontecem de repente. Mas vamos pro começo do começo”.

Mãe, virei hippie

A mãe de Edvaldo saiu de Salvador, na Bahia, com uma filha ainda no colo. O ônibus que avançava os mais de dois mil quilômetros que separa a capital baiana de São Paulo não deixaria para trás somente sua terra natal, mas também uma desilusão amorosa e as dificuldades em conseguir trabalho. Começaria uma nova vida como empregada doméstica. Porém, já instalada e empregada, percebeu que administrar os afazeres diários da casa dos patrões ao mesmo tempo em que cuidava de uma pequena, era insustentável.

“Minha mãe passou a criança pra outra família”, conta Edvaldo que, até hoje, não sabe o destino da primogênita.

Algum tempo depois, a jovem doméstica descobriu que esperava outro bebê, fruto de uma relação furtiva com o filho dos patrões. O jovem pai se negou a assumir a paternidade e, de quebra, seus pais demitiram a doméstica grávida de poucos meses.

Ela mudou-se para Campinas, disposta a recomeçar a vida pela segunda vez. Nascia, portanto, Edvaldo, que nunca chegou a conhecer seu pai.

Alguns anos depois, sua mãe “amigou” com um cara, pai de outras quatro crianças de relacionamentos anteriores. Os sete foram viver sob um mesmo teto, porém Edvaldo nunca se deu bem com o padrasto.

Mudaram-se, mais tarde, para Santos. A juventude no litoral foi produtiva. Edvaldo trabalhava como balconista no comércio local e, nas horas vagas, frequentava círculos culturais e políticos da cidade, onde ressalta que conheceu importantes personalidades como o diretor de teatro Tanah Correia (“é o pai do Alexandre Borges”, conta) e se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em uma pracinha de Santos, aprendeu a confeccionar artesanatos com uma galera: macramê, anéis, mas especializando-se em peças feitas com nós.

Abandonou os subempregos e agora se dedicava a atividades políticas e culturais e a viajar de carona com os novos amigos bicho grilos. A “vida alternativa” o cativou.

“Eu estava com 18 anos, de maior, e tinha um sonho de liberdade. Então, virei hippie – ou artesão, outro nome que você também pode dar. Viajávamos muito, sem dinheiro, dormindo nas ruas das cidades. Fui considerado um dos melhores artesãos de nós da feira da República. Meu trabalho foi até para Europa!”, conta.

Agora hippie convicto, Edvaldo viajou para várias cidades. Logo se cansava e botava o pé na estrada para viver esse seu “sonho de liberdade”. Porém, contava com sua casa em Santos e que sua mãe o acolheria com ternura em qualquer situação. Um dia se cansou da vida errante e decidiu voltar para a Baixada Santista. Porém, as coisas não se deram como ele havia imaginado. Sua mãe estava divorciada, porém os quatro enteados seguiam morando com ela.

“Minha mãe era poderosa, apesar de sempre estar muito mal de saúde”, conta. Não se adaptou. “Senti que lá, já não era mais a minha casa”.

Havia muita treta, principalmente por sua visão alternativa de levar a vida, sem um emprego consolidado – relata ele, em um tom de voz meio constrangido em compartilhar uma grande intimidade. Enquanto isso, se esmerava em aprender, sozinho, informática. Queria ser técnico em Tecnologia da Informação (TI). Um campo promissor, pensava ele.

Quando o convívio se tornou insustentável, zarpou para São Paulo.

Vida em albergues

São Paulo. Idos do ano 2000 – “mais ou menos, não sei direito, talvez tenha sido antes ou depois, mas é por volta de 2000”. Edvaldo chega à Paulicéia e não sabe o que fazer, só sabe que não quer mais “depender dos outros” – no caso, de sua mãe. Ao procurar trabalho, sentia-se deslocado: havia estudado informática, por conta própria, porém não se sentia capacitado para exercer a profissão.

Procurou um albergue para passar alguns dias enquanto reestruturava sua vida. Bateu no albergue Arsenal da Esperança, localizado na Mooca. Morou por lá um tempo que não sabe precisar. Depois, viveu no albergue Portal do Futuro, na Luz. Também não sabe precisar o período. Parece que as medidas temporais, em situações assim, se turvam.

“Vivi muito tempo nas ruas quando viajava. Mas era diferente: estava nas ruas, mas era uma opção, uma escolha de vida. Uma sensação de liberdade e de estar fora do sistema. Nesse momento, foi outra sensação. Não tinha nenhuma atividade, não era artesão, não estava em uma trupe de teatro, estava na rua sem nenhuma perspectiva”, afirma Edvaldo.

Quando conseguia algum emprego temporário ou levantava uma graninha com bicos, alugava um quartinho na Zona Leste ou em algum hotelzinho na Luz, crente que o momento era o começo de uma virada de vida. Mas a grana acabava e com ela ia junto a esperança de estabilidade e Edvaldo era obrigado a voltar para albergues ou para a rua. Vai e vem. Vem e vai. Era essa a vida nas ruas, conta Edvaldo. Curtos momentos de estabilidade e outros meses eternos de contenção na rua.

A rígida disciplina dos albergues, aliada a constantes humilhações infligidas por esses estabelecimentos, levava-o a preferir as ruas.

Povo da rua não é banguelo

Na última vez em dormia nas ruas paulistanas – não esquecendo de frisar que a palavra “última” não deve ser tomada ao pé da letra, já que “nunca se sabe o dia de amanhã” – Edvaldo sentia-se com a vida estagnada. Estava contaminado com um sentimento de que nada poderia mudar, que a vida era uma merda e que só lhe restava sobreviver como podia.

Armava seu colchonete e cobertor em uma calçada em frente a uma farmácia da rua Nestor Pestana, na República, centro de São Paulo, ou perto na rua Tabatinguera, próximo ao Sindicato dos Bancários, na região da Sé.

“Eu não gosto de dormir em maloca. Leva pro mal caminho. Preferia ficar sozinho. Eu passei a ficar mais na Nestor Pestana porque um dia, quando tava ali na Sé, apareceu uma viatura da PM e chamou uma travesti que dormia ali na calçada também. Eles queriam porque queriam levar ela pruma festinha que tavam dando pra um amigo. Ela tinha companheiro, que dormia ali também, e se negou a ir. Eles desceram fulos da vida, deram tapas na coitada e queriam levar ela presa”.

Quando despertava, armava sua mochila com todos seus bens, o chamado “kit da noite” – “ou kit rua, o da manhã ou galo, outros nomes que dão, porque se alguém roubar o galo canta”, ri ele. É preciso ficar esperto com os “ratos de mocó”, conta, gíria usada para designar popruas ladrõezinhos de outros popruas. Tinha que tomar cuidado com a higiene também, principalmente de uma praga chamada “muquirana”, uma espécie de piolho, só que bem menor, que penetra nas costuras das roupas e só sai com água muito quente.

“E onde a gente consegue banho quente na rua? Em lugar nenhum. A gente fica com a mesma calça, sem lavar, por três, quatro meses. Quando dá muquirana, o negócio é comprar outras roupas nos brechós de cinquenta centavos da Luz”, conta.

Passou a frequentar o Centro POP, iniciativa da Prefeitura que atende, regionalmente, famílias e indivíduos nas mais diversas situações de vulnerabilidade social ou violação de direitos, principalmente a população em situação de rua. Caminhava até o refeitório comunitário Penaforte Mendes, mantido pela Rede Rua, próximo à praça 14 Bis, no Bixiga, para tomar o café da manhã. Depois, já ficava pela mesma região para entrar na fila do almoço e, mais tarde, para a da janta.

“Quem tá na rua não passa fome. Tem na Sé, no Largo São Francisco e vários outros lugares. Mas o duro é que pensam que o povo de rua é banguelo. Só dão sopa!”

À noite caminhava pelas ruas, no sentido Sé ou República, tomava algumas cachaças para “esquentar o corpo e pegar no sono”.

“Pegar os calotes e encher o caneco, se fode quem não se cuida do frio. Bêbado não sente o frio, mas o frio tá lá… As pessoas que morrem é porque, achando que não tá frio, não se agasalham direito”.

“Cigarro eu comprava quando fazia algum trabalho ou ia pro Terminal Bandeira e esperava alguém jogar a bituca. Eu era uma catador de bituca de primeira”.

No dia seguinte, começava sua rotina novamente.

Parêntese para contar dois causos

UM DIA: “Um dia desceu dois caras de um carro importado, desse esportivos bem caros. Estava na Nestor Pestana, já dormindo, de boa. Me deram uma comida de um restaurante chique. Agradeci. Eles cismaram que queriam me comprar cobertores, mas nem estava muito frio. Depois, queriam saber onde tinha um supermercado aberto pra me comprar uma barraca. Pareciam empresários que tavam em São Paulo a passeio ou a trabalho. Por fim, sem poder fazer a caridade pra se sentirem bem, me deram 200 reais”, narra, em chacota, as boas intenções da classe média e alta.

OUTRO DIA: “Um dia voltei pra visitar minha mãe. Consegui uma grana com alguns trabalhos, abri conta no banco e tinha cartão. Fui pra Santos. A primeira coisa que fiz ao ver minha mãe foi levar ela prum Sacolão lá perto. Fiz uma mega compra pra casa!”, conta, orgulhoso, como um filho pródigo que retorna, ainda que por momento fugazes, para o seio familiar.

Liderança por acaso

Edvaldo bate no peito, orgulhoso, se autointitulando “uma pessoa crítica e politizada”. E, nesses anos todos em situação de rua, nutriu uma birra danada de muitas entidades, principalmente de ONGs, que atendiam pessoas em vulnerabilidade social.

“Mantenho minha crítica até hoje: há um assistencialismo deslavado com interesses que só Deus vai saber e que contribuem mais pra retirada de nossos direitos que para emancipar. Eu passei por várias entidades e sabia o que tava falando”.

Ele conhecia as atividades do MNPR, porém nunca se envolvera. Aliás, tecia inúmeras críticas, mas preferia manter uma postura niilista. Até que certo dia Anderson Miranda, um dos fundadores do movimento, cara meio mitológico das ruas, o abordou:

“Cara, não basta só criticar. Pode fazer as críticas, mantenha esse espírito contestador, mas pelo menos participe de alguma coisa. Sabe, fazer críticas propositivas. Semana que vem tem uma reunião, você poderia ir lá”.

Edvaldo aceitou o convite. E fez suas críticas contumazes, que foram bem aceitas. Até que um dia foi convidado para ajudar na organização de um seminário internacional de direitos humanos, organizado pelo MNPR.

Alguns meses depois, com sua “atuação crítica”, foi eleito coordenador estadual e comprou várias brigas. Ele reconhece que é meio esquentadinho, que “fala na cara”, mas também se defende afirmando que tem horror a políticas assistencialistas.

“Ou vai me dizer que não percebeu? Sobe o preço do aluguel, sobe o preço do transporte, sobe o preço do gás, sobe o preço do mercado. Mas a renda só diminui. Hoje ter um emprego de carteira assinada é luxo. Pra onde vai toda essa gente? Eu te respondo: pra rua. E o que dar umas roupas no Natal Sem Frio ou fazer um sopão vai resolver esse problema? Não aceito mais esmolas da sociedade, não é esse o caminho”.

Já foram algumas cervejas – e outras cachaças.

“É por isso que eu digo: política de assistência social nunca tirou ninguém da rua, pelo contrário. O problema é mais embaixo”.

A bandeja metálica, que outrora continha as fritas e o contrafilé picado, agora jaz somente com duas folhas de alface que a adornava. Estou pensando em pegá-las, fazer uma trouxinha com a mão, molhá-la no pouco de maionese que ainda sobra num copinho de plástico e mandar para as entranhas.

“O movimento da poprua não está atrás de caridade. A gente não é assistencialista. A gente não dá alimentação. A gente não dá remédio. A gente não tira ninguém da rua. A gente briga com o governo por políticas públicas para melhorias em casas de acolhida, em assistência médica, em trabalho, em outras coisas mais. Nossa intenção é tirar o povo da rua, mas não de forma assistencialista, mas com a conquista de direitos. É difícil porque o pessoal acostumou a rua com assistencialismo. Não sou contra o assistencialismo, porque eu utilizei muito o assistencialismo da rua. Infelizmente algumas entidades só vivem disso, o modus operandi é esse. Eu pergunto: não está na hora de chutar o balde?”

“Vamos pro alojamento?”, sugiro.

“Sim, sim, só pedir a primeira saideira”, diz, maroto, Edvaldo.

“Ok”, resigno-me. “Você lembra como a gente faz pra voltar?”

Ele abre uma cara de indignação. Bufa e vira o rosto, teatralmente, brincalhão, como se dissesse uma obviedade.

“Meu, um poprua nunca está perdido.”

Imagem: Carolina Simon

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