12ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, nesse domingo – dia 15 de setembro

A orla de Copacabana será mais uma vez palco para a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que chega em sua 12ª edição, onde pretende reunir todos os segmentos religiosos. E pela primeira vez contará com a presença do lideranças religiosas internacionais, com os pastores americanos Dr Keith Jennings, Rev Timothy Mcdonald III, Drª Charlene Sinclair – com uma perspectiva cristã sobre a ótica das lutas antirracista nas Américas. Também com Arabá Agbaye Olu Isese de Ilè Ifè (Sacerdote supremo de Ifá na Nigéria). Contará mais uma vez com o Babalawô Jokotoye Awolade Bankole – High Chief Prist of Ífá (Adifala Temple Ogbomosho Nigeria).

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) e o Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), realizam a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, e vem se firmando como uma ação inter-religiosa, que busca fortalecer as lutas em prol da tolerância no Brasil. Nos últimos anos, a CCIR vem chamando a atenção da sociedade e das autoridades públicas para o perigo da construção de um estado teocrático em um país constitucionalmente laico como o Brasil. 

Sempre contando com parceiros, o evento começa com um café da manhã, no CIB – Clube Israelita Brasileiro. Esse ano ganhou uma campanha de mídia, idealizada e construída por professores e alunos da UniFOA, de Volta Redonda. Os apoios chegam de diferentes formas, com participação de grupos culturais, de dança, performance, cantorias, atabaques, rezas, flores…

Por traz dessa história, está o Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos, um árduo defensor dos direitos humanos e da liberdade de culto, e vem liderando diversas ações em prol da liberdade religiosa no Brasil. Com o objetivo de promover ações sociais contra todas as formas de violência. E pela esfera internacional que seu trabalho foi reconhecido – Recebeu em julho, o prêmio International Religious Freedom (IRF). Entregue pelo State Department’s Office of International Religious Freedom, em Washington (USA). Único representante de todo o hemisfério ocidental, o Doutor em História da UFRJ Ivanir dos Santos foi reverenciado pelo Departamento de Estado do Governo dos Estados Unidos pela importância na luta contra a intolerância a praticantes de religiões de matriz africana no Brasil.

Homenagem essa ao lado de outros cinco líderes (Sudão; Nigéria; Iraque e Chipre), pela contribuição às discussões relativas à liberdade religiosa. A cerimônia contou com a ilustre presença do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

Lançando essa semana o livro: “Marchar não é Caminhar” (Pallas Editora), que levanta e analisa as interfaces políticas e sociais das religiões de matrizes africanas no Rio, contra os processos de intolerância religiosa e o racismo no Brasil, entre 1950e 2008. O livro chega em momento oportuno, quando terreiros vêm sendo atacados e destruídos em nome de um Deus que, supostamente, não aprovaria religiões de origem africana. Só no Rio de Janeiro, há cerca de 200 terreiros que estão sob ameaça. A CCIR registrou no 1º semestre um aumente de 120% de casos, comparado ao ano passado. 

“A Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, não só pontua os 12 anos de organização e lutas pelas liberdades como também os processos de internacionalização e reconhecimentos das nossas lutas. A segunda décadas do século XXI, será marcada, ainda mais, por lutas em prol das pluralidades, humanidades e direitos humanos contra as ondas de ascensões com tendências  totalitárias. Por isso, o reconhecimento e a internacionalização das no lutas volta os olhos das sociedades contemporâneas para um “problema” que atinge á todos, que as tentativas de cerceamento das liberdades. Jamais poderemos nos esquecer o livre arbítrio foi dado pelo Criador à todos nós.”, afirma Ivanir.

A CCIR, tem em seu cerne diversos adeptos religiosos, almeja receber em torno de 100 mil pessoas, em prol da pluralidades, humanidades e liberdade religiosa, dentre representantes do candomblé, umbanda, bases evangélicas, católicos, budistas, muçulmanos, judeus, wiccanos, hare krishnas, ciganos, mórmons e outros segmentos. E esse ano, tornou-se nacional, receberá representantes de outras regiões, oriundos da Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Amazonas, Belém e outros .

Como tudo começou

Em 21 de setembro de 2008, milhares de adeptos religiosos, caminharam em prol da liberdade religiosa no Brasil e pelo fim da intolerância. Evento inter-religioso e talvez o mais significativos para história do Brasil – o reconhecimento histórico das religiões de matrizes africanas. Nascendo assim a CCIR, criada após traficantes de drogas, que se diziam evangélicos, da Ilha do Governador, expulsaram integrantes de matriz africana de suas casas. Os bandidos foram convertidos a segmentos neo-pentecostais dentro de presídios e, ao ganharem liberdade, proibiram o “Povo de Santo” de dar continuidade a seus encontros e assistências religiosas. 

Em seguida, foi organizado um protesto nas escadarias da Assembléia Legislativa com o intuito de chamar a atenção das autoridades públicas para os casos de cerceamentos das liberdades. Após o episódio, a CCIR agiu novamente, e assim nasceu a 1ª Caminhada, onde reuniu no mesmo ano cerca de 30 mil pessoas. No ano seguinte, em 2009, recebeu 80 mil pessoas. Em 2010, 120 mil pessoas, que protestaram contra os preconceitos ligados à fé. Já na 4º Caminhada, computou 180 mil pessoas, que aderiram a luta da CCIR. A 5ª Caminhada em defesa da liberdade religiosa, registrou em torno de 150 mil pessoas. Nos anos seguintes, nas 6ª, 7ª, 8ª e 9ª, somou em torno de 150 mil participantes. A 10ª reuniu mais de 100 mil pessoas na Orla de Copacabana. E no ano passado, em torno de 70 mil.  

12ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa
Dia 15 de setembro, na Orla de Copacabana
Café da manhã, no CIB – Clube Israelita Brasileiro, para liderança religiosas e convidados.
Concentração marcada para às 11h no Posto 6 / Saída às 13h, rumo à Praça do Lido

Foto: Agência Brasil

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