Análise de Vulnerabilidade Demográfica e Infraestrutural das Terras Indígenas à Covid-19

O Núcleo de Estudos de População Elza Berquó, da UNICAMP, lançou o Caderno de Insumos “Análise de Vulnerabilidade Demográfica e Infraestrutural das Terras Indígenas à Covid-19”, organizado por Marta Azevedo, Fernando Damasco, Marta Antunes, Marcos Henrique Martins, Matheus Pinto Rebouças.

Na sua apresentação, dizem eles:

“Este caderno tem como objetivo contribuir para os programas de prevenção ao novo coronavírus – Covid-19 – entre os povos indígenas a partir da avaliação de informações demográficas, infraestruturais e geográficas sobre as terras indígenas.

A ideia é que o material ofereça subsídios para as ações das próprias comunidades e organizações indígenas e do governo para o atendimento à saúde indígena nesse período de pandemia que estamos vivendo no Brasil.

Os dados utilizados são principalmente do Censo Demográfico 2010 do IBGE, que os disponibiliza pelo recorte de Terras Indígenas por estados. Foram utilizados também dados do Ministério da Saúde sobre a disponibilidade de Unidades de Tratamento Intensivo – UTIs, da FUNAI sobre a situação de regularização das terras e os dados para atendimento de saúde de alta complexidade, recentemente divulgados pelo IBGE.

As estatísticas divulgadas no Boletim Especial 10 do Ministério da Saúde 6
demonstram que a maioria dos óbitos de Covid-19 confirmados no Brasil está entre a população mais idosa (72% dos casos de óbito com investigação concluída), com fatores de risco associados, sendo 60% dos óbitos do sexo masculino, ao mesmo tempo em que o Boletim Especial 06 aponta para um padrão de alta transmissibilidade do vírus em processos de contato social e enfatiza a “necessidade de manutenção das medidas de distanciamento social ampliada que foi adotada por diversos gestores estaduais e municipais”, a chamada quarentena. A taxa de mortalidade da Covid-19 era em 17/04 de 6,4%, com variação entre os diferentes estados do Brasil conforme painel do Ministério da Saúde.

De notar, que 0,5% dos óbitos por COVID-19 segundo a cor ou raça informada era de pessoas declaradas indígenas (Boletim Especial 10)10, enquanto o Censo Demográfico 2010 apontou um percentual inferior – 0,4% – da participação das pessoas indígenas na distribuição da população por cor ou raça no Brasil”.

O Caderno pode ser baixado AQUI.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Íris Morais Araújo.

Povos indígenas estão desassistidos e isso poderá motivar a saída das aldeias em busca de alimentos e remédios. Crédito da foto: Matheus Alves/MNI

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