Um dia depois da visita de Ricardo Salles à Terra Indígena (TI) Munduruku (Pará), onde conversou com garimpeiros que por lá atuam, o Ministério da Defesa anunciou ontem (6/8) a suspensão das operações de combate ao garimpo ilegal na região. De acordo com a pasta, as ações estão suspensas para “reavaliação” e um grupo de “representantes da região” está sendo levado a Brasília pela Força Aérea para uma reunião com autoridades federais, sem informar quem seriam essas pessoas e com quem elas iriam conversar.
Salles foi recepcionado por manifestações de garimpeiros, alguns autodeclarados indígenas, que defendiam o fim das operações militares contra garimpo na TI Munduruku. Em conversa com o grupo, o ministro afirmou que defende a atividade garimpeira em Terras Indígenas: “É importante que a gente faça esse debate de maneira aberta. Parem de fazer de conta de que os indígenas não querem garimpar ou produzir lavoura, ou que não querem fazer atividades ligadas ao setor madeireiro florestal como se isso fosse verdade absoluta.”
Em seu Twitter, Salles divulgou sua passagem pela TI Munduruku como uma ação de combate contra o garimpo ilegal. De acordo com o Poder360, o ministro estava acompanhado por profissionais dos canais Bandeirantes e CNN Brasil e da revista Veja.
Para a AFP, Salles também garantiu que o desmatamento da Amazônia começará a diminuir a partir deste semestre, sem detalhar metas ou ações previstas para que isso se viabilize. “E a partir do ano que vem, [iremos] reduzir o desmatamento para voltarmos a ter índices decrescentes. O compromisso brasileiro é zerar o desmatamento ilegal até 2030”, disse o ministro, que também defendeu que os países ricos contribuam para a conservação ambiental no Brasil por meio da ativação do mercado internacional de carbono sob o âmbito do Acordo de Paris.
O Globo, Estadão e Folha destacaram a decisão do Ministério da Defesa e a conversa de Salles com garimpeiros ilegais.