Washington Novaes, referência do jornalismo ambiental, morre aos 86 anos

Coberturas na Floresta Amazônica e no Xingu renderam prêmios ao jornalista, que faleceu após cirurgia para retirada de um tumor

Por Tiago Pereira, da RBA

O jornalista Washington Novaes morreu na segunda-feira (24), ao 86 anos, em Aparecida de Goiânia, interior de Goiás. Ele teve complicações após uma cirurgia para a retirada de um tumor no intestino descoberto em março. Internado no último dia 20, Novaes sofreu com uma infecção depois da operação.

Pedro Novaes, filho do jornalista, disse, em nota, que não apenas a família fica órfã, “mas também o cerrado e a Amazônia, pelos quais ele tanto lutou, e os povos indígenas brasileiros, já tão sofridos, e pelos quais ele se apaixonou décadas atrás”.

Washington Novaes nasceu em Vargem Grande do Sul (SP) em 3 de junho de 1934. Teve passagens, por exemplo, pela extinta TV Manchete, jornal O Estado de S. Paulo e TV Globo, onde foi editor do Globo Repórter e do Jornal Nacional.

Foi, então, um dos pioneiros do país na cobertura de temas ambientais. Com o documentário “Amazonas, a pátria da água”, exibido pelo Globo Repórter, ganhou a medalha de prata no Festival de Cinema e Televisão de Nova York, nos Estados Unidos, em 1982. Além disso, recebeu o Prêmio Esso especial de Ecologia e Meio Ambiente, em 1992, e o Prêmio Azevedo Netto (2004).

Por outro lado, também produziu a série Xingu, a Terra Mágica, além do diário Xingu, uma Flecha no Coração, quando se aproximou dos povos indígenas da região, na década de 1980. Posteriormente, mais de duas décadas depois, filmou Xingu, a Terra Ameaçada, que retrata as ameaças trazidas pelo desenvolvimento econômico para à sobrevivência do modo de vida dos indígenas.

Repercussão

Políticos ligados à pauta ambientalista, como o ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc e o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), lamentaram a perda.

Imagem: Novaes lutou pela preservação do cerrado e da Amazônia e “se apaixonou” pelos indígenas do Xingu – Reprodução/TV Anhanguera

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