Pouco mais de dez dias depois da demissão do coronel da Polícia Militar de São Paulo, Homero Cerqueira, do comando do ICMBio, Salles deve confirmar a efetivação de outro coronel paulista, Fernando Cesar Lorencini. Ele assumiu interinamente o órgão no dia 21 passado, logo após a exoneração de Cerqueira.
De acordo com o Estadão, Lorencini é próximo de Salles e apoia o processo de privatização dos Parques Nacionais hoje administrados pelo ICMBio. Já a Folha destacou que os servidores de carreira do instituto reagiram até com algum alívio à efetivação de Lorencini, já que temiam a possível indicação de um nome da bancada ruralista para a vaga.
A demissão de Cerqueira foi cercada de polêmica, já que aconteceu em meio a uma das temporadas de incêndios florestais mais destrutivas da história recente no Brasil. O ex-presidente do ICMBio afirmou ter recebido a informação de sua saída com “espanto e indignação”. A gota d’água teria sido uma discordância entre ele e Salles sobre o uso de retardantes químicos para apagar as queimadas no Pantanal e na Amazônia.
Em tempo: O julgamento de Ricardo Salles pelo Tribunal de Justiça de São Paulo foi adiado a pedido da defesa do ministro. A audiência, que deveria ter sido realizada ontem (3/9), não tem nova data. Salles foi condenado em 2018 em 1ª instância, acusado por favorecer empresas de mineração ao alterar mapas de zoneamento do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) durante sua gestão como secretário de meio ambiente, entre 2016 e 2017.
