Mais de 50 mil assinaturas exigem proteção para o Padre Júlio Lancellotti

As ameaças contra o padre Júlio Lancellotti, denunciadas por ele mesmo no início da semana passada, tem despertado uma onda de solidariedade no Brasil todo. Muitos grupos, pastorais, movimentos sociais, a CNBB Regional Sul 1, o cardeal de São Paulo, Dom Odilo Scherer, tem se pronunciado com mensagens de apoio e solidariedade. O maior apoio em favor do Vigário Episcopal da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo tem vindo do abaixo assinado em Change.org promovido por Toninho Kalunga Sá, em nome do grupo Política e Religião, que neste domingo, 20 de setembro, já tinha ultrapassado os 50 mil apoios.

por Luis Miguel Modino, em IHU On-Line

O abaixo assinado, diz ser uma iniciativa de “engajados em movimentos sociais e populares, defensores do respeito à dignidade humana e, acima de tudo, do respeito à vida”, mostrando no texto sua solidariedade “com o Padre Júlio Lancellotti pelas ameaças que vem sofrendo”. Diante disso, exigem das autoridades competentes “as garantias necessárias à integridade física dele, daqueles que o auxiliam e dos que por ele são assistidos”.

Junto com isso exigem justiça, “a completa apuração e consequente identificação não apenas dos autores das ameaças e insinuações maldosas que lhes são dirigidas, como também dos possíveis mandantes de tais fatos e dos reais motivos que se escondem atrás de tais ameaças”. A base do pedido está no fato do respeito que deve existir em toda sociedade democrática, não admitindo gestos próprios de jagunços ou milicianos, “normalmente alimentados por posições fascistas e intolerantes”.

Segundo Toninho Kalunga Sá, “nós fizemos este abaixo assinado com a preocupação de tirar o padre Júlio Lancellotti do isolamento, no sentido de que às vezes as coisas acontecem e a pessoa, embora seja muito conhecida, como é o caso dele, mas não se expressa essa solidariedade de forma física, no caso uma assinatura virtual, meio paradoxo, mas é isso”. Em sua opinião, “uma pessoa que sente que tem 50 mil pessoas que estão assinando uma petição em razão do seu trabalho, de fato é uma pessoa que sente e deve se sentir fortalecida. Mas ela é apenas o primeiro passo”.

Junto com isso, um segundo passo, afirma Kalunga, “é colocar isso nas mãos de autoridades que tem o dever de resolver situações como essa, com duas lógicas, primeiro de identificação de agressores, segundo como punição àqueles que incentivam essa agressão”. Ele insiste em que “nós não queremos oferecer a essas pessoas nenhum tipo de ação que não seja a ação política, propriamente dita, no sentido de mostrar que não dá para haver tolerância com o fascismo nem com práticas fascistas dessas pessoas que são intolerantes”.

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