Amazônia registra recorde de desmatamento em outubro

ClimaInfo

Os dados de outubro ainda não estão totalizados, mas o saldo parcial dos alertas de desmatamento na Amazônia registrados nos primeiros 23 dias do mês já representam um recorde histórico: segundo o DETER, até o último dia 23 foram derrubados 758 km2 de floresta – um crescimento de 37% com relação ao mesmo período em 2019 e o maior número para esse mês desde 2015, quando a série começou. Os últimos quatro meses (julho a outubro) somaram 4.736 km2, superando o total de desmate registrado nos 12 meses entre agosto de 2011 e julho de 2012 (4.571 km2, segundo dados do PRODES). Desta vez, o vice-presidente Mourão comentou os dados nas redes sociais; nos últimos tempos, ele vinha se antecipando ao anúncio formal pelo INPE para celebrar as quedas registradas em agosto e setembro. Folha repercutiu esses dados.

Falando em desmatamento, Daniela Chiaretti informou no Valor que o governo do Reino Unido pretende pedir a Mourão um plano de longo prazo, com ações e metas concretas, de combate à destruição florestal no Brasil. Essa demanda acontece em meio à pressão crescente de consumidores e supermercados britânicos, que exigem a imposição de critérios mais rígidos para se evitar a importação de produtos decorrentes de atividades ilegais na Amazônia. A administração de Boris Johnson está preparando um projeto de lei para definir essas regras e, nesse sentido, quer dialogar com o Brasil.

Em tempo 1: Até outubro, das 938 autuações aplicadas pelo Ibama em 2020 por crimes ambientais, apenas três foram devidamente quitadas. É isso mesmo: três de 938, cerca de 0,3% do total. A soma do valor dessas multas chega a R$ 4,2 milhões, sendo que apenas R$ 12,5 mil foram pagos – no entanto, a maior parte dos valores recebidos pelo governo neste ano é decorrente de autuações aplicadas no passado, o que significa que o percentual de multas propriamente aplicadas em 2020 e não quitadas é ainda maior. O G1 fez esse levantamento.

Em tempo 2: O governo Bolsonaro está avaliando liberar a exploração mineral em áreas de fronteira no Brasil. De acordo com o Valor, a ideia é derrubar restrições que impedem a atuação de empresas estrangeiras na exploração dessas áreas estratégicas, com o objetivo de atrair novos investimentos.

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