Liberdade de expressão parece que virou palavrão na gestão de Salles no ministério do meio ambiente. Segundo Rubens Valente, no UOL, o ministro ajuizou, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), interpelações judiciais contra quatro pessoas na Justiça Federal. O motivo: terem criticado seu trabalho no governo federal.
Além do ambientalista Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima (OC), Salles interpelou o cientista Antonio Nobre (INPE) e os jornalistas André Borges (Estadão) e Cedê Silva (O Antagonista). Em todos os casos, Salles utilizou advogados da AGU, sem arcar, portanto, com os valores das ações.
Falando em Salles, Bela Megale reportou n’O Globo que o deputado Arthur Lira (SP), candidato do governo Bolsonaro e dos partidos do centrão à Presidência da Câmara, não poupou críticas ao ministro, acusando-o de ser a pessoa que “mais faz confusão no governo”. Em jantar com outros parlamentares, Lira afirmou também ser “crítico” da política ambiental. Ao que parece, nem mesmo aliados do governo conseguem engolir o sapo-Salles.
Em tempo 1: No Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia votou pela rejeição de uma queixa-crime apresentada pelo Greenpeace Brasil contra Salles. A ação foi motivada pelo ministro ter acusado a organização de ser “terrorista”. Relatora da ação na Corte, a ministra argumentou que crimes de injúria e calúnia somente são possíveis quando a vítima é uma pessoa física; assim, “embora rudes, deselegantes e desnecessárias”, as afirmações de Salles estão protegidas pelo direito à liberdade de expressão – o mesmo direito que Salles parece não enxergar naqueles que o criticam. O julgamento deve seguir até o dia 27. A CNN Brasil deu a notícia.
Em tempo 2: Salles “deu uma de Barrichello” ao anunciar neste mês uma meta para a reciclagem de latas de alumínio que foi atingida pelo país há 16 anos. Mais detalhes no Fakebook.eco.