Após um ano, consequências do agravamento da pandemia

Por Elvira Eliza França, no Amazônia real

Há um ano, a população do Amazonas ainda não sabia bem o que era viver uma pandemia, e muitos continuam até hoje sem saber os riscos que ela traz à vida das pessoas. Acreditando que a covid-19 era somente uma nova doença presente na China, expandida para a Europa, era difícil, para muitos, acreditar na chegada da doença em nosso país e na Amazônia, e nas tantas mudanças que traria à vida.

Médicos de diferentes especialidades, especialmente infectologistas e epidemiologistas, nos meios de comunicação, repassavam informações sobre o novo vírus SARS-CoV-2, causador da covid-19. Era dado o alerta sobre os principais sintomas no início da doença, os riscos de hospitalização e até mesmo de morte quando a infecção avançava. Foram recomendados procedimentos preventivos de higiene, com a lavagem constante das mãos com água e sabão, uso do álcool gel, além de distanciamento social e uso de máscara, sendo que esta foi recomendado de modo abrangente mais tardiamente.

O primeiro caso diagnosticado de covid-19 no estado do Amazonas foi em 13 de março de 2020. Uma mulher contraiu o vírus em viagem à Europa. Sem regras de isolamento social por parte dos governos, em menos de um mês a contaminação em Manaus se tornou comunitária. A primeira vítima da doença foi um empresário do ramo de pesca esportiva, que foi infectado em uma reunião na capital. Ele morreu em 24 de março no Hospital e Pronto Socorro (HPS) Delphina Aziz.

Neste um ano de pandemia, o Amazonas acumula 11.431 mortes e 328.763 casos da doença, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (12). O Ministério da Saúde diz que a média nacional é 128,8 óbitos para cada 100 mil habitantes. No Amazonas, são 270 óbitos para cada 100 mil habitantes, a maior do país, segundo da Fundação de Vigilância Sanitária (FVS-AM).

Conversei com duas pessoas de Manaus que sofreram o impacto direto da covid-19 na vida familiar. Elas adoeceram, sofreram perdas afetivas, e relataram sobre as sequelas da doença. Uma delas é a jornalista e servidora pública Rosângela Lopez Alanis (57 anos). Ela conta como percebia a covid-19 distante e depois próxima.

“No começo, eu achava que nem ia chegar em Manaus. Aí, depois eu fui vendo a gravidade. A princípio … a distância da China com o Brasil, eu não via essa relação tão próxima. Mas na Zona Franca de Manaus, nós temos muito contato com navios chineses. A gente não raciocina sobre essa outra possibilidade de contágio. Quando os números de óbitos em Manaus começaram a aumentar rapidamente, deu para perceber que a situação estava grave e também por causa do nosso serviço de saúde que é precário”.

Rosângela e os familiares pagam seguro de saúde, mas o alto grau de contaminação da população e a necessidade de internação hospitalar das pessoas doentes, principalmente no final de dezembro de 2020 e início de 2021, levou o sistema de saúde ao colapso. A nova variante P1 do SARS-CoV-2, desenvolvida no Amazonas, levou a um grande aumento no número de contaminados, o que levou ao colapso os sistemas público e privado de saúde.

A jornalista conta: “Na semana que meu pai ficou doente, a gente foi para o hospital. Foi na semana em que superlotaram todos os hospitais e teve aquela falta de oxigênio. Mesmo meu pai tendo plano de atendimento em seguro de saúde, todos os hospitais estavam lotados. A diferença é que na Unimed não teve falta de oxigênio, mas nós tivemos que aguardar um dia e meio na enfermaria: ele sentado numa poltrona, para conseguir internação. Alguns acompanhantes sequer tinham cadeira para se sentar e usavam as escadinhas [que ficam perto dos leitos]. A enfermaria estava lotada com mais de 50 pessoas. Era a impressão que dava: pessoas em camas estreitas, ou macas, com colchão fino quando tinha, ou em poltronas. Foi ali que eu fui contaminada, num ambiente fechado, com as pessoas tossindo, espirrando, respirando o ar do aparelho de ar condicionado”.

Ela era acompanhante do pai, um idoso com 91 anos, que aguardava ser internado. Constatou que havia sido contaminada três dias após ter deixado o pai no hospital e estar em casa: “Comecei a sentir diarreia por três dias seguidos e no terceiro dia começou a febre alta, acima de 38 graus. Aí, eu comecei a tomar medicação por prevenção, recomendada por uma amiga médica: Ivermectina, Azitromicina [remédios sem eficácia comprovada para prevenção da doença] e Paracetamol [este último] para a febre. Mas a doença foi evoluindo e a febre não baixava”. Nessa fase, Célia, sua mãe com 82 anos, também já estava internada com covid-19, e os dois idosos eram acompanhados por outra filha.

Sob os cuidados da sobrinha em casa, Rosângela começou a sentir falta de ar e dificuldade para falar. “Eu estava em casa e então fui direto para o pronto socorro, onde fiquei internada por dois dias na enfermaria. Como sou muito alta, minha perna começou a doer e reclamei para não ficar sentada na poltrona”. O hospital estava menos lotado, e então Rosângela conseguiu uma cama para se deitar. Contudo, após dois dias, foi para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), devido à dificuldade que tinha para respirar.

No hospital há três UTIs e ela passou por duas. “No meu caso, eu cheguei bem perto da intubação, mas não precisei. Eu sentia um pouco de revolta, por estar havendo essa dificuldade na cidade, de falta de acesso à saúde e das pessoas não estarem ligando para os problemas da saúde da população. Eu senti esse mundo esquizofrênico de haver tantas pessoas lutando pela vida e outras saindo, querendo se divertir, como se nada estivesse acontecendo, sem ligar para essa situação tão dramática”.

Foi somente após 13 dias na UTI, que Rosângela foi para o apartamento, onde já estava internada sua mãe, acompanhada pela irmã. O pai não havia resistido à doença e já havia sido enterrado. Somente após mais 16 dias no quarto, foi possível a ela retornar para casa com a mãe. Para voltarem a recuperar a capacidade respiratória e fortalecer a musculatura das pernas que estava enfraquecida, e as impedia de andar, deram início ao tratamento de fisioterapia, que continua até o presente momento.

“Era muito frustrante, angustiante me movimentar. Eu só consegui me levantar no segundo dia depois de voltar para casa: não tinha forças nas pernas nem para ir ao banheiro e precisei usar fraldão. Ficou visível na perna a perda da musculatura e perdi 10 quilos também”.  A falta de equilíbrio e de força nas pernas também deixou Rosângela e a mãe vulneráveis a sofrer quedas dentro de casa: “Até hoje, mesmo depois de vinte dias em casa, fazendo fisioterapia, ainda não voltei ao normal”, assim relata.

Foram cinco pessoas da família Alanis que tiveram covid-19: além de Rosângela, o pai com 91 anos (faleceu), a mãe com 82 anos e que também está em recuperação, a irmã com 38, e a sobrinha com 20 anos. “Eu senti muito, porque três dias depois que eu estava na UTI, fiquei sabendo que meu pai havia falecido. Meu pai tinha muitas comorbidades: arterioesclerose e aneurisma no coração, diabetes, pressão alta, arritmia. Ele não tomou medicamentos em casa e foi logo direto para o hospital. Ele foi o primeiro da família que manifestou sintoma grave da doença por causa da idade e das comorbidades”.

O pai de Rosângela. Dr. José María Lopez Alanis, era um médico espanhol que havia vindo jovem para o Brasil, onde se casou com Célia Leda. Era um profissional premiado na Espanha, mas se fixou no Brasil após se casar e ter filhos. Foi um dos pioneiros da geriatria no Brasil em 1976, e veio para o Amazonas em 1983. “Ele dedicou a vida inteira à medicina, principalmente ao tratamento de idosos. Ele foi pioneiro e único especialista em geriatria da Unimed por 43 anos. A gente sente muito por ter feito parte dessas estatísticas. Não fosse essa nova onda, provavelmente, ele ainda estaria aqui e não teríamos sofrido com a doença”.

Analisando o adoecimento de outras pessoas no condomínio onde a família mora, Rosângela levanta uma hipótese para a contaminação: “Nós tivemos uma contaminação no nosso prédio, que afetou várias famílias. No prédio em que minha família mora, do 15º ao 10º andar, foram cinco óbitos e muitas pessoas contaminadas. Eram apartamentos que ficavam um sobre o outro e a contaminação ocorreu de cima para baixo, na mesma coluna. Meu pai não saía de casa, mas ficava muito na varanda sem máscara. A gente nunca pensou que pudesse haver esse risco, mas hoje pensamos nessa possibilidade”.

Maria Valterina dos Santos Albuquerque (59 anos) foi a outra pessoa com quem conversei. Ela é coordenadora de núcleo da Pastoral da Criança e também atua como cozinheira em eventos. Em abril de 2020, sofreu a primeira perda da amiga e líder presidente do Conselho Comunitário do bairro de Educandos, Andrea Vieira de Brito, com pouco mais de 30 anos. “Nós não sabemos se foi ou não de covid-19 que ela morreu. Naquela época, tudo estava muito aleatório ainda e não tinha como fazer exame para comprovar”.

Mesmo sem ter contato com a amiga, após dois dias, Valterina começou a se sentir mal e tomou medicamento que um amigo mandou para ela, dizendo que era para covid-19. Mas como é técnica de nutrição e trabalha com hortas caseiras na Pastoral da Criança, deu ênfase nos chás, especialmente de jambu (Acmella oleracea) com mangarataia (Zingiber officinale) (gengibre) e limão (Citrus). Também tomava “mingau da caridade”, que é muito comum na medicina popular da Amazônia.

“Fiquei muito fraca e minha irmã vinha trazer remédio e me dava mingau de caridade, feito com farinha, alho e uma pontinha de manteiga e um pouquinho de pimenta do reino, mas para mim ela usava cominho. Eu não tinha paladar nem olfato, e tomava aos poucos. Suava e melhorava da fraqueza e conseguia me levantar. Eu ainda tomava muita canja durante os 15 dias que adoeci”. Mesmo curada da covid-19, Valterina às vezes amanhecia com tontura e sentia muita dor de cabeça e dor na nuca. Estes dois últimos sintomas permanecem até o momento presente. 

Logo depois, foi o marido que começou a tossir muito, a ter febre alta e dor de cabeça. O médico receitou Ivermectina, Azitromicina e um xarope para a tosse, sendo que ele só ficou bem depois de 20 dias. O genro que também morava na mesma casa adoeceu e recebeu a mesma medicação. “Depois de um período, nós ficamos bem, mas aí começaram as perdas dos amigos”, relatou Valterina.

“Aqui no bairro da Betânia, morreu um amigo de infância, dois primos do meu marido, o irmão de uma amiga enfermeira e o cunhado dela. Um morreu numa semana e o outro na outra. Isso tudo aqui no bairro. Minhas irmãs e minhas filhas não me deixavam sair de casa. Nós fazíamos campanha pelo celular para arrecadar alimentos para as famílias, porque as pessoas estavam doentes com covid e não podiam trabalhar. Eu comprava alimentos, frutas e mandava para eles”.

A cunhada, Rita de Cássia Santos dos Santos (46 anos), técnica de enfermagem na unidade de saúde do Morro da Liberdade, também adoeceu. Valterina preparava as refeições e levava para ela se alimentar. Quando o estado de saúde piorou, foi necessária internação, mas logo Rita pediu ao irmão para levá-la de volta para casa, porque não sentia que estava sendo bem atendida. Então, começou a fazer o tratamento recomendado por uma médica de unidade básica de saúde e “a família se organizou para comprar o remédio que estava faltando e depois de 15 dias ela ficou curada”. Contudo, a experiência traumática no hospital deixou a ansiedade como sequela. Rita voltou ao trabalho e está atuando na vacinação.

Em fevereiro, Valterina também teve pessoas queridas levadas a outros estados para se tratar, porque os hospitais de Manaus estavam lotados, sem vagas para leitos. “Meu sobrinho foi levado pelo governo para se tratar em Goiás e voltou bem, depois de mais de 20 dias. O filho da minha afilhada também foi levado para Porto Alegre e ficou quase um mês para lá. A mãe dele estava intubada no hospital Delphina Azize [em Manaus] e resistiu, graças a Deus. Mas ela ficou com sequelas: tosse seca e não conseguia andar. Precisou de fisioterapia ainda no hospital. Tem uns 20 dias que ela saiu do hospital e a família viu como o fisioterapeuta fazia com ela, e está fazendo os exercícios em casa, porque não tem dinheiro para pagar o tratamento”. 

Em dezembro, uma tia do interior adoeceu de covid-19 e veio para Manaus se tratar, mas após ser intubada teve uma parada cardíaca e faleceu. Todos os filhos dela que moram em Manaus, no bairro de Mauazinho, foram contaminados. Por terem duas pessoas na família que são técnicas de enfermagem – Mirlene Nascimento e Cassiane Nascimento – fizeram tratamento em casa com o apoio delas. 

“A Mirlene ficou cuidando do irmão, mas teve um período que demorou para ficar curado e ele foi internado no hospital João Lúcio. Foi no período que faltou oxigênio e foi aquela agoniação. Meu irmão, com um primo-irmão do doente e o sobrinho ficavam numa fila 24 horas para conseguir comprar oxigênio. Faziam revezamento na fila para comprar oxigênio para levar para o hospital. A minha prima Eliana Guedes foi quem emprestou as duas balas de oxigênio para ele. Ela era merendeira escolar e presidente do conselho de merendeiras da secretaria de educação”.

Mas a prima Eliana também se tornou mais uma vítima da covid-19: após passar 15 dias internada, foi intubada, mas não resistiu. “Era uma pessoa que ajudava a todos: ajudou meu primo com as balas de oxigênio; depois, o irmão dela piorou e ela internou ele, mas ele morreu depois de 10 dias intubado. Ela ainda internou outra pessoa da família que morreu três dias depois”.

Valterina recorda que no mês de janeiro, os familiares de Eliana fizeram um encontro familiar num sítio e todos foram contaminados pelo vírus e tiveram a covid-19. “O irmão morreu e 20 dias depois a Eliana faleceu e ela nem soube que a amiga dela já tinha falecido com covid. A gente não sabe se ela se contaminou nos hospitais para onde ela levava as pessoas para se internar, ou se foi nesse encontro de família”. 

Na comunidade onde mora, Valterina se ressente ainda do falecimento do coordenador do grupo de orações Frankney Souza Gonçalves, que atuava com jovens. Após adoecer, ele foi hospitalizado e faleceu depois de ter sido intubado. Muitas outras perdas continuaram acontecendo: “Tem uma família aqui onde faleceu a mãe e uma semana depois foi o padrasto. Com cinco dias depois, foi uma tia”. A informação sobre adoecimento e falecimento chega pelo grupo online de oração que tem encontros diários. “A Luciana, que é uma técnica de enfermagem do interior, está cuidando do pessoal lá. Toda a família do irmão dela está com covid-19 e a cunhada está internada com mais de duas semanas intubada.”

Para Valterina, “muitas pessoas não estão levando a sério a pandemia: ela não escolhe paciente bom, ou que tenha algum tipo de problema. A pessoa pode ou não se recuperar. O governo suspende as atividades, mas muitas pessoas não aceitam, e vão fazer greve para voltar a trabalhar. Eu sei que é difícil querer trabalhar e não poder. Quando a gente é autônoma, depende do dinheiro para sobreviver, mas as pessoas não têm cuidado. Ontem eu fui à feira, e as pessoas usavam a máscara debaixo do queixo. As pessoas não fazem a prevenção. Estamos com medo de uma nova onda.”

O descaso com a pandemia por parte da população e do governo é preocupante e antes de completarmos um ano da pandemia, no dia 9 de março de 2021, o Brasil bateu o recorde de óbitos diários no mundo: 1.972, contra 1.853 dos Estados Unidos, que vinha liderando os dados no mundo desde 2020. Segundo o jornalista Vicente Nunes, isso se deve ao negacionismo do governo sobre a seriedade da pandemia, à sabotagem à fabricação e distribuição da vacina no país, e ao bloqueio da expertise do programa de vacinação brasileiro, devido à má gestão da saúde.

Fundação Vigilância em Saúde (FVS) notificou, no dia 11 de março, 1.240 casos confirmados nas últimas 24 horas e informou que 811 pessoas estavam internadas. Os principais sintomas em mais de 50% dos casos de covid-19 são febre e tosse. Outros sintomas são: dor de garganta, dispneia (dificuldade respiratória), cefaleia (dor de cabeça), dor no corpo, anosmia (perda do olfato) digeusia (falta de paladar), diarreia, desconforto respiratório, coriza, astenia (fraqueza muscular) e vômito.

O epidemiologista da Fiocruz Jesem Orellana, que fez o alerta sobre os riscos da segunda onda em outubro de 2020 –, disse numa entrevista ao canal de televisão El Doce, em 11 de março de 2021, que a situação do Brasil se tornou a maior preocupação da Organização Mundial de Saúde (OMS), porque “se tornou uma ameaça à humanidade”. Em apenas 10 dias, o Brasil teve 16.000 mortos, o que representa uma média diária de 1.600 mortes, o que corresponde a 30% dos mortos da Argentina durante toda a pandemia.

Para Jesem Orellana, “a cada vez que circula mais o vírus, aumentam as probabilidades, as chances de termos novas variantes ameaçadoras como essa famosa P1, que tem causado tantos problemas no Brasil nesse momento”. Segundo ele, isso também coloca em risco a vida nos países da fronteira com o Brasil e outros, devido à negligência com a covid-19 e explosão de casos, com essa baixa eficácia governamental em combater a doença.


Elvira Eliza França é mestre em Educação pela UNICAMP, pós-graduanda em Neurociência e Comportamento pela PUC (RS), especialista em Programação Neurolinguística pelo NLP Comprehensive dos EUA e graduada em Comunicação Social pela Universidade de Mogi das Cruzes (SP). É autora dos livros: “Crenças que promovem a saúde: mapas da intuição e da linguagem de curas não-convencionais em Manaus, Amazonas” editado pela Valer e Secretaria de Cultura e Turismo do Amazonas (2002); “Corporeidade, linguagem e consciência: escrita para a transformação interior” (1995), “Dimensões interiores da escrita: a voz da criança interior” (1993), “Do silêncio à palavra: uma proposta para o ensino da filosofia da educação” (1988) e “Filosofia da educacão: posse da palavra” (1984), publicados pela Editora Unijuí (RS).

Sepultamento de vítima da covid no Cemitério Nossa Senhora Aparecida no Tarumã. Foto: Raphael Alves /Amazônia Real

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