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Nunca me esquecerei de um cartaz que li em uma mega manifestação pró-Bolsonaro, uma semana antes de sua vitória. Um homem segurava a cartolina: “Não quero mudar de país. Quero viver em um outro Brasil”.
Cada vez mais essa frase explica uma essência do bolsonarismo.
O patriotismo de Bolsonaro e toda a iconografia cafona verde e amarela, o sentimentalismo performático, o ufanismo sem lastro são expressão de uma enorme autoxenofobia. Um ódio ao Brasil que existe de fato. A vontade de eliminar como corpo estranho tudo o que nos é nativo.
Acabar com os índios, a distinção racial, as florestas, a organização social, a arte brasileira, as religiões daqui, nossas ciências, sociologias. Nossa dissidência. Tudo foi dito, claramente, em seu discurso naquela tarde. Não querem ir embora, querem um outro Brasil. Mas…
Não há como construir outro Brasil sem antes terraplanar esse. Sem matar, exterminar, demolir esse Brasil antes de erguer o país impresso em plotter deles. Não é à toa que Bolsonaro se aliou à Covid. Acreditando ser patriota, está apenas cumprindo sua agenda de campanha.
Posto aqui o vídeo que fizemos durante esse discurso, na Paulista. Era explícito à época, mas ganha enorme densidade no meio desse colapso. Bolsonaro odeia o Brasil. O bolsonarismo é esse ódio libertado sob o manto perverso da bandeira..
Derrubar Bolsonaro não é apenas um ato urgente de saúde pública. Não é apenas salvar vidas e fazer justiça pelas que já perdemos. É defender o Brasil de seu maior inimigo. O líder dos que, no lugar do “Ame-o ou Deixe-ou”, decidiram por “Odiá-lo e Ficar”.
#bolsonaronacadeia
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Em viagem aos Estados Unidos da América, EUA, Bolsonaro presta continência à bandeira americana e puxa coro de “USA, USA, USA!”. Outubro de 2017. Imagem captada de vídeo