Enquanto tenta garantir um acordo ambiental com os EUA, Bolsonaro continua sendo visto como uma das lideranças políticas mais irresponsáveis do mundo por conta do descaso de seu governo com o meio ambiente e a incompetência no enfrentamento à pandemia no Brasil. Em um editorial ácido, o Guardian acusou Bolsonaro de tornar o Brasil uma ameaça sanitária internacional e citou um tweet sugestivo do ex-presidente colombiano, Ernesto Samper, para resumir a situação dantesca do país nos últimos anos: “Bolsonaro conseguiu transformar o Brasil em um gigantesco buraco do inferno”.
Antecipando parte do abacaxi que terá que descascar nos próximos meses, o novo chanceler brasileiro, Carlos França, se distanciou o máximo possível (considerando as condições de um Planalto ocupado pela família Bolsonaro) da narrativa insana do antecessor Ernesto Araújo para defender uma política externa pautada pelo combate à pandemia e a promoção do desenvolvimento sustentável e da ação contra a mudança do clima.
Em seu discurso de posse, França listou a questão climática – vista como uma conspiração marxista pelo negacionista Araújo – como uma das “urgências” da diplomacia do Brasil. O novo chanceler afirmou que é preciso “manter o Brasil na vanguarda do desenvolvimento sustentável e limpo” e que o Brasil “está na coluna das soluções” no que diz respeito a essa agenda. Época, Folha e Valor deram mais detalhes da fala do chanceler França.