Um grupo de senadores do Partido Democrata divulgou uma carta na semana passada com pedidos para que o presidente Joe Biden condicione qualquer repasse de recursos financeiros ao Brasil à redução substancial do desmatamento na Amazônia. O documento é assinado por 15 dos 49 senadores aliados da Casa Branca no Congresso, entre eles os ex-presidenciáveis Bernie Sanders e Elizabeth Warren, além de Bob Menendez, presidente da comissão de relações exteriores do Senado norte-americano.
Na carta, os senadores citam a “retórica e as políticas de Bolsonaro” como fatores importantes para a expansão das atividades criminosas na floresta nos últimos anos, o que resultou no crescimento acentuado do desmatamento e das queimadas, bem como dos ataques aos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais na Amazônia. O texto foi repercutido pela Associated Press, entre outros nos EUA, e destacado no Brasil por Valor e Veja, também entre outros.
Outra personalidade importante que se manifestou contra um acordo Brasil-EUA foi o cacique Raoni Metuktire. Em vídeo divulgado durante o Fórum Nacional em Defesa da Amazônia na 5a feira (15/4), Raoni pediu que Biden ignore os comentários de Bolsonaro sobre a questão ambiental e a situação dos Povos Indígenas brasileiros. “Se este presidente ruim falar alguma coisa para o senhor, ignore-o. Ele está querendo liberar o desmatamento nas nossas florestas, incentivando invasões nas nossas Terras”, disse o cacique. Estadão e G1 deram mais detalhes.
Em tempo: Enquanto Salles promete reduzir o desmatamento na Amazônia caso o Brasil receba US$ 1 bilhão dos EUA, o governo da Noruega assiste a essa novela com uma sensação de déjà vu. Há quase dois anos, Salles foi o principal responsável por travar o Fundo Amazônia, principal instrumento financeiro para apoiar os esforços de proteção ambiental na floresta brasileira. Agora, em meio à escalada da destruição florestal e das cobranças internacionais à atuação do Brasil, o ministro do meio ambiente da Noruega, Sveinung Rotevatn, reforçou que a condição para a retomada das doações para o Fundo continua sendo a mesma cobrada em 2019: resultados substanciais e concretos no combate ao desmatamento. “Diminuir o desmatamento no curto prazo é uma questão de vontade política, não de falta de financiamento adiantado”, disse à BBC Brasil.