Oitavo vídeo da série De Olho no Genocídio denuncia quem são os fanáticos que apoiam a farsa do “tratamento precoce” para Covid-19; seguidores da seita repetem mentiras e são protagonistas diretos do massacre de centenas de milhares de brasileiros
Por Alceu Luís Castilho, em De Olho nos Ruralistas
A irracional defesa do tratamento precoce e da cloroquina criou uma seita de fanáticos, liderados por um presidente charlatão: Jair Bolsonaro. Eles batem continência para a hidroxicloroquina, criam gritos de guerra, paródias constrangedoras — a não ser para eles mesmos, diante da falta de senso de ridículo — e até videoclipes, promovendo um coquetel mortal, à margem da ciência e das recomendações efetivas de combate ao novo coronavírus.
O oitavo vídeo da série De Olho no Genocídio, a “Seita da Cloroquina”, mostra algumas das faces desses fanáticos. São políticos, religiosos, empresários, subcelebridades, juízes e até médicos, como Nise Yamaguchi, uma quase ministra, que precisou deixar de trabalhar no hospital Albert Einstein or causa de suas teses. Entre as vítimas fatais dessa turba estão alguns de seus defensores. O presidente fascista não apenas comanda o charlatanismo coletivo: ele solta piadas e tripudia com a vida de milhares de brasileiros.
Confira o vídeo:
SÉRIE APONTA AS VÁRIAS FACES DO FANATISMO GENOCIDA
O observatório divulga desde abril uma série de vídeos sobre o genocídio em curso no Brasil, com o objetivo de mostrar os vários protagonistas desse massacre que não é apenas biológico, mas também político. São militares, empresários, políticos, jornalistas, entre outros, que reproduzem um discurso negacionista, a justificar incompetência, irresponsabilidades e violências.
O primeiro vídeo teceu um panorama do genocídio em curso pelo governo Bolsonaro, a sua responsabilidade como presidente e a necessidade de mobilização para que ele seja responsabilizado, nacional e internacionalmente: “Brasil precisa se organizar para punir Bolsonaro“.
O segundo vídeo apontou o racismo e o expansionismo expressos desde antes das eleições de 2018 e multiplicado pelo governo em pequenos e grandes gestos, do white power aos projetos de lei contra os povos originários: “Vídeo mostra lógica supremacista do governo Bolsonaro”. Um terceiro vídeo apoiou com ênfase a necessidade de um isolamento nacional, rigoroso, eficaz, para estancar o crescimento das mortes no país: “Lockdown amplo e eficaz já é uma emergência“.
O quarto vídeo fala especificamente de um personagem pouco explorado, diante da blindagem feita pela imprensa comercial, sua aliada: o mercado. O capital é peça chave no combate ao lockdown, ou mesmo na difusão do negacionismo, a partir de alguns de seus representantes particularmente gananciosos e inescrupulosos: “É o capital que banca Bolsonaro e o massacre“.
As trapalhadas dos militares estão no sexto vídeo da série: “Perdidos na Selva”. Após a eleição de Jair Bolsonaro, o governo tornou-se cada vez mais militarizado, com tentáculos verde-oliva espalhados por órgãos públicos, estatais e autarquias. Os chefes desses soldados ocupam cargos importantes no governo federal e mantêm como prioridade a manutenção dessa influência — à margem de um eventual objetivo de salvar a vida de centenas de milhares de brasileiros.
A responsabilidade da mídia no genocídio estão no sexto vídeo da série: “Imprensa Cúmplice“. Em vez de divulgarem informações precisas sobre a Covid-19, jornalistas como Alexandre Garcia, Augusto Nunes e Rodrigo Constantino ou apresentadores como Ratinho, Siqueira Jr. e Sílvio Santos são cúmplices da tragédia. O vídeo mostra ainda que, por trás de cada jornalista à frente das telas, estão os donos dos veículos, prontos a aplaudir o presidente e acompanhar seus discursos irresponsáveis.
Com o início da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apontar o grande responsável pelas centenas de milhares de mortes, a série expôs detalhadamente os crimes de Bolsonaro “Sim, há provas”. Desde o discurso da “gripezinha”, o presidente colecionou ironias, desprezo e piadas de mau gosto em relação ao sofrimento de milhões de brasileiros, além de não atuar efetivamente para o combate da pandemia.
O observatório definiu em junho de 2020 sua cobertura da pandemia como uma cobertura de genocídio. A decisão de fazer uma série de vídeos sobre o tema decorre da emergência que vive o Brasil. A posição editorial é clara, em defesa da punição daqueles que comandam a matança.
Em julho de 2020, antes do atual formato audiovisual, estreava a série Esplanada da Morte. Sobre o papel de vários ministros do governo Bolsonaro no morticínio, entre outros integrantes do governo, como o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), ou mesmo de outros integrantes do poder público, da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF).