Vacinação de ribeirinhos no PA preocupa. Em Santarém, prefeitura acata recomendação para priorizar comunidades

Procedimentos acompanham situação de ribeirinhos em várias regiões do estado

Ministério Público Federal no Pará

Pela maior vulnerabilidade na pandemia de covid-19, as comunidades ribeirinhas foram incluídas entre os grupos prioritários para vacinação no Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde.

Com o avanço da vacinação no Pará, o Ministério Público Federal (MPF) passou a receber denúncias de que não estava sendo respeitada a prioridade às centenas de comunidades ribeirinhas do estado. Foram abertos procedimentos para investigar o tema em Belém, Santarém, Marabá, Tucuruí e Itaituba.

Em Santarém, foi enviada recomendação no último dia 8 de julho para que os ribeirinhos fossem priorizados. No último dia 19, a prefeitura de Santarém respondeu ao MPF que vai acatar o que foi recomendado. Confirmando que o município tem grande número de comunidades rurais nos rios da região, a prefeitura disse que aguarda a chegada de doses dos imunizantes da Astrazeneca, Coronavac ou Janssen para intensificar a vacinação nas áreas ribeirinhas.

Em Itaituba, a atuação do MPF levou a vacinação da comunidade Montanha Mangabal (veja aqui). Em Marabá, foram emitidas recomendações às prefeituras de São Geraldo do Araguaia e Itupiranga para que adotem, imediatamente, “as providências necessárias para efetivar a vacinação, de maneira prioritária e em consonância com o PNI, dos povos e comunidades ribeirinhas” desses municípios. As prefeituras têm 10 dias para responder.

Foram enviados ainda ofícios às prefeituras de Breu Branco, Goianésia do Pará, Jacundá, Tailândia, Novo Repartimento e Pacajá, para que informem que medidas estão tomando para garantir a prioridade de ribeirinhos e quilomboolas, assim como informem o quantitativo dessas populações e a data prevista para que seja concluída sua vacinação.

Em Tucuruí, o MPF enviou recomendação à prefeitura para que também assegure a vacinação prioritária para ribeirinhos e quilombolas ”ainda que se admita que tal priorização ocorra de forma paralela à administração de doses por faixa etária”. O prazo para resposta é igualmente de 10 dias.

Em Belém, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) enviou ofício à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) questionando o ritmo de vacinação no arquipélago do Marajó, região com predominância de comunidades ribeirinhas.

De acordo com levantamento a que o MPF teve acesso, o Marajó teria recebido 238.224 doses de vacina, mas somente 146.407 foram efetivamente aplicadas segundo os dados disponíveis. O MPF pede que a Sespa explique a discrepância no prazo de 10 dias.

O levantamento foi divulgado pela Campanha Marajó Vivo: “quando considerada a aplicação da primeira dose da vacina até 1º de julho, apenas 19,8% da população marajoara foi contemplada. A média de aplicação da primeira dose é inferior a do estado do Pará (30,25%) e a do país (34,21%)”.

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