Na segunda quinzena do mês de julho, ações de mobilização foram cumpridas como forma de provocar a atenção pública e denunciar a devastação da floresta amazônica e de seus povos
por Mário Manzi, em CPT
As cidades de Manaus (AM) e Belém (PA) receberam ações da campanha “O Amanhã da Amazônia é Agora”, que tem como proponentes a articulação das CPTs da Amazônia e o Coletivo Proteja. Durante o “Festival Até o Tucupi”, ocorrido entre os dias 25 e 30 julho na capital amazonense, foi realizado o painel “Diante do fim do mundo: culturas, ciências e emergências climáticas”, no dia 26 de julho.
O painel foi realizado como forma de reafirmar as existências e resistências dos povos da floresta, seguindo proposta do festival, de fortalecer a cultura amazônida, no empenho por acesso a “terra e território, vida digna, respeito a direitos fundamentais e à liberdade”, em um momento que “parece ser impraticável dado o contexto de desrespeito aos povos da terra, das águas e das florestas”.
A exposição foi mediada por Samela Sateré Mawé, da Associação das Mulheres Indígenas Saterê Mawé/Apib/ANMIGA, e facilitado por Carla Fernandes, indígena do povo Desana e administradora do Centro de Medicina Indígena; Marklize Siqueira, Assistente Social; Vanda Witoto, Indígena do Povo Witoto.
O painel promoveu a troca de experiências, assim, durante a discussão, foram colocadas reflexões sobre “existências e resistências por terra e território, vida digna, respeito a direitos fundamentais e à liberdade”; a importância da preservação da ciência e sabedoria ancestral; e os impactos da mudança climáticas nos diversos níveis de vida.
O festival é realizado há 15 anos em Manaus (AM) e tem como proposta dar foco a artistas do norte e colocar em pauta o acesso à cultura e à cidade. Para além de apresentações musicais a programação abrangeu palestras, painéis e oficinas voltadas à qualificação e formação de produtores e artistas da cena manauara.
Fospa
A marcha realizada durante o ato de abertura do X Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa), no dia 28 de julho, teve a participação de um bloco da campanha “O Amanhã da Amazônia é Agora”. Dentre os milhares de participantes do ato, diversas pessoas estavam mobilizadas com bandeiras, faixas e camisetas contendo o lema da campanha.
A campanha também foi lembrada durante a atividade autogestionada “Mapeamento de conflitos socioterritoriais na Pan-Amazônia; a experiência do Atlas de Conflitos Socioterritoriais Pan-Amazônico”, realizada na tarde do dia 30 de julho. À ocasião foi lançada a publicação “Assassinatos na Pan-Amazônia”, que reúne dados de assassinatos em conjunto com trabalho de cartografia e cobre mais de 85% do território da bacia Amazônica. Os dados são relativos à região amazônica de Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Brasil, entre os anos de 2020 e 2022.
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Lançamento da publicação sobre assassinatos na Pan-Amazônia. Foto: Mário Manzi
