Um estudo internacional revelou pela 1ª vez o impacto efetivo da mineração sobre a derrubada das principais florestas tropicais do mundo, inclusive a Amazônia.
Publicado na semana passada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o estudo analisou o peso da atividade econômica no desmatamento tropical registrado entre 2000 e 2019, e descobriu que a destruição foi bastante concentrada em quatro países – Brasil, Indonésia, Gana e Suriname. Juntas, elas representaram cerca de 80% do desmatamento causado pela mineração em grande escala.
Ao todo, a mineração foi responsável pela derrubada de 3,3 mil km2 de cobertura vegetal nas duas primeiras décadas deste século em 26 países. O país com maior peso nessa equação é a Indonésia, onde a atividade mineradora respondeu por quase 2 mil km2 de vegetação derrubada neste período. Bem atrás, vêm Brasil, com 330 km2, Gana (213 km2) e Suriname (203 km2).
Como assinalou a Reuters, o desmatamento pela atividade minerária ainda é pequeno, se comparado com a destruição causada pelo avanço do agronegócio. No entanto, a expectativa de aumento da demanda por metais, principalmente pela indústria de energia limpa, deve resultar em uma expansão das atividades mineradoras, o que pode ampliar também a representatividade do setor no desmatamento total.
“A transição energética vai exigir grandes quantidades de metais – cobre, lítio e cobalto – para as tecnologias descarbonizadas”, explicou Anthony Bebbington, geólogo da Clark University (EUA) e coautor do estudo.
Business Green, Mongabay, Folha e Veja abordaram o estudo.