Depois da expectativa em torno de uma vitória no último domingo (02/10), o ex-presidente Lula passou o dia de ontem em conversas com aliados e coordenadores de campanha para definir a estratégia de enfrentamento a Bolsonaro neste 2º turno. De acordo com a Folha, um dos objetivos do petista é intensificar o diálogo com o agronegócio para desgastar a posição do atual presidente, grande aliado do setor.
Um dos alvos dessa mobilização é a senadora e ex-presidenciável Simone Tebet, que terminou em terceiro lugar na votação. Especula-se que ela deverá apoiar Lula no 2º turno na corrida presidencial, junto com seu partido, o MDB. Para auxiliares do petista, Tebet pode ser uma interlocutora importante para dialogar com o agro – a despeito do fraco desempenho da senadora em seu próprio estado (MS).
Por falar em agro, o resultado deste 1º turno foi o melhor possível para os representantes políticos do setor. O desempenho surpreendente de Bolsonaro na disputa presidencial foi a cereja do bolo de uma série de resultados positivos, especialmente para os partidos políticos que compõem o famoso Centrão, vitaminando as bancadas que defendem os interesses do agronegócio no Congresso Nacional.
Como Giovanni Lorenzon assinalou no Money Times, em um eventual 2º mandato de Bolsonaro, o agro “poderá fazer barba e cabelo a favor de suas reivindicações”. Caso Lula seja vitorioso, os ruralistas terão muito mais força no Congresso e poderão impor obstáculos a pautas como a demarcação de Terras Indígenas.