De quem é a dissonância cognitiva? Por Ronaldo Tadeu de Souza

Diálogo com teoria que busca explicar o voto bolsonarista como curto-circuito entre eleitor e realidade social, produto da midiosfera extremista. Mas este delírio coletivo não seria dos que, desde 2014, criminalizaram democracia, educação e direitos?

Por Ronaldo Tadeu de Souza*, em Outras Palavras

Duas certezas temos nos últimos meses. A primeira é que precisamos urgentemente preservar nossa democracia de um segundo governo Jair Bolsonaro. E a segunda é que talvez nenhum fenômeno político da história brasileira recebeu quantidade tão imensa de tentativas para se compreender o que ele é. É Bolsonaro o líder de um governo fascista? O bolsonarismo expressa tendências autoritárias da sociedade brasileira? Populismo neoliberal é a melhor definição para o que vem ocorrendo desde 2018? Jair Bolsonaro e seus filhos, na verdade, conseguiram apreender os sentimentos da direita popular entre nós?

A última investida com esse objetivo foi escrita pelo crítico literário João Cezar de Castro Rocha da UERJ. Para ele o bolsonarismo e seus eleitores representam uma “dissonância cognitiva coletiva” de setores polarizados que conseguiu ser difundida por uma “midioesfera terrorista”. No que segue apresento ponderações críticas à análise de João Cezar – entendendo a relevância sempre erudita que suas abordagens nos propiciam em momento tão delicado da vida nacional.

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