O presidente-eleito Lula se reuniu nesta 2ª feira (5/12) com o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, em Brasília. Acompanhado do ex-chanceler Celso Amorim, do ex-ministro Fernando Haddad e do senador Jaques Wagner, o representante do governo Biden conversou com o futuro presidente brasileiro temas de interesse dos dois países, com foco especial na questão climática e na proteção da Amazônia.
“Os líderes discutiram como os Estados Unidos e o Brasil podem continuar a trabalhar juntos para enfrentar desafios comuns, incluindo o combate à mudança climática, salvaguardando a segurança alimentar, promovendo a inclusão, a democracia, a paz e a estabilidade internacional e gerenciando a migração regional”, destacou a Casa Branca em nota.
Este não é o primeiro encontro oficial entre Lula e um representante do governo norte-americano desde a vitória no 2º turno. No mês passado, durante sua passagem pela COP27, o presidente-eleito conversou com o enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry. Os dois países têm a expectativa de aprofundar a cooperação na área ambiental e climática, inclusive com a possibilidade de destinação de recursos para proteção da Amazônia.
Em compensação, o encontro de Lula com Sullivan evidenciou que, diferentemente do que vinha sendo especulado nos últimos dias, o presidente-eleito não deve visitar os EUA antes da posse. Assim, Lula só deve se encontrar presencialmente com Joe Biden depois de janeiro, já como presidente.
Agência Brasil, CNN Brasil, Correio Braziliense, Estadão, g1, Metrópoles, O Globo e VEJA, entre outros, repercutiram a notícia.
Em tempo: Para o professor Joseph S. Nye, da Universidade de Harvard (EUA) e um dos maiores pensadores das relações internacionais contemporâneas, a Amazônia será chave para o Brasil retomar seu soft power – ou seja, o exercício do poder por meio de instrumentos não-agressivos, como o prestígio – no cenário internacional. “Acho que a mudança de posição do Brasil sobre a Amazônia, anunciada por Lula [na COP27], é um grande fonte de soft power. A questão das mudanças climáticas tem se tornado cada vez mais importante, não só porque a ciência nos diz isso, mas também porque as gerações mais novas estão mais preocupadas com o assunto”, destacou Nye à BBC Brasil. “Quando Lula diz que o Brasil vai levar a Amazônia a sério, acho que é algo com potencial para restaurar o soft power brasileiro”.