Desmatamento no Cerrado aumentou 20% em 2022, mostra IPAM

ClimaInfo

A taxa de desmatamento do Cerrado subiu quase 20% em 2022, com a derrubada de 8.115 km2 de vegetação nativa. O dado é do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), desenvolvido pelo IPAM em parceria com a rede MapBiomas e o LAPIG/UFG, e divulgado nesta semana.

O total desmatado no Cerrado no ano passado é equivalente a uma área pouco maior que a da Região Metropolitana de São Paulo (7,94 mil km2). No ano anterior, foram desmatados 6.912 km2. Só em dezembro, o desmatamento no Cerrado quase dobrou em relação ao mesmo período do ano anterior. No mês passado, foram derrubados 839 km2, alta de 89%.

A explosão na destruição do Cerrado corrobora uma constatação que os dados sobre desmatamento na Amazônia no final de 2022 já mostravam: houve uma “corrida” dos desmatadores depois da derrota eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro para desmatar o que fosse possível antes da troca de governo.

Como em 2021, o Maranhão liderou o ranking dos estados com maior desmatamento de Cerrado, com 2.278 km2 de vegetação derrubada, seguido por Tocantins (1.713 km2), Bahia (840 km2) e Piauí (766 km2). Essa área, batizada de MATOPIBA, se consolidou na última década como “fronteira agrícola”, o que resultou no aumento acentuado do ritmo de desmatamento do Cerrado nesse período.

“MATOPIBA é a região com os últimos grandes remanescentes de Cerrado, mas também é a principal fronteira agrícola do bioma nos últimos anos, principalmente para a soja”, explicou Tarsila Andrade, pesquisadora do IPAM. “Essa é a região onde se deveriam focar esforços para se combater e reduzir o desmatamento no bioma”.

CNN BrasilEnvolverdeFolha e g1, entre outros, repercutiram os dados do IPAM sobre o desmatamento do Cerrado no ano passado.

Em tempo: O ICMBio deu meia-volta e desistiu de indicar o servidor Hiago Usliam Braz para o cargo de diretor-substituto de planejamento, administração e logística do órgão. A indicação foi criticada, já que Braz foi nome de confiança da gestão de ex-ministros do meio ambiente do governo Bolsonaro e chegou a chefiar o famigerado programa “Adote um Parque”. A notícia é do Estadão.

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