Ministério cria gabinete de crise depois de assassinatos de Pataxós na BA

ClimaInfo

Dois indígenas Pataxós foram assassinados no município de Itabela, no sul da Bahia, na última 3ª feira (17/1). De acordo com a Polícia Civil, as vítimas foram o adolescente Nawir Brito de Jesus (16) e Samuel Cristiano do Amor Divino (25).

Moradores da Terra Indígena Barra Velha, localizada nas proximidades do Parque Monte Pascoal, as vítimas foram mortas a tiros enquanto se deslocavam para uma fazenda ocupada por um grupo indígena na BR-101. Desde agosto, a região acumula pelo menos seis indígenas assassinados, de acordo com levantamento do g1Agência BrasilBandFolha e Mídia Ninja deram mais informações.

As investigações das autoridades baianas não apontaram conexões entre todos os casos. No entanto, o extremo sul da Bahia é marcado por diversos conflitos fundiários que envolvem grupos indígenas e fazendeiros. As duas mortes desta semana podem estar relacionadas com esse problema: os jovens foram mortos a caminho de uma área reivindicada e ocupada por um grupo Pataxó.

Por causa disso, o Ministério dos Povos Indígenas estabeleceu um “gabinete de crise” para acompanhar a situação e verificar se as comunidades indígenas da região estão sob ameaça. O gabinete será coordenado pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e contará com representantes da FUNAI, Ministério da Justiça, Defensoria Pública da União, Ministério Público Federal, Conselho Nacional de Direitos Humanos, além do governo da Bahia e da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

“É inadmissível que os Povos Indígenas continuem sendo perseguidos e ameaçados dentro de seus próprios territórios. Este crime não pode ficar impune e por isso, trabalharemos junto ao Ministério da Justiça e aos demais órgãos e entidades para garantir a rigorosa investigação e punição dos criminosos, além é claro, da proteção do Povo Pataxó”, declarou a ministra.

A decisão foi destacada por Correio Brazilienseg1Poder360Metrópoles e TV Brasil, entre outros.

Em tempo: Depois do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e do IBAMA, agora é a vez da FUNAI fazer a “limpa” em seus cargos de chefia e de confiança, com a retirada de indicados pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na primeira leva, estão 25 nomes, a maior parte coordenadores regionais; desses, 12 são militares da reserva e policiais militares. As exonerações serão assinadas pela servidora Maria Janete Albuquerque Carvalho, presidente interina da FUNAI, que dará lugar em fevereiro à deputada federal em final de mandato Joênia Wapichana. A informação é do InfoAmazonia.

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