Com a saída de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami, o governo federal começa a se debruçar em propostas para impedir o retorno deles ao território indígena. De acordo com o g1, uma das medidas em discussão é a criação de um auxílio de renda para as famílias de garimpeiros, para afastá-los definitivamente da atividade ilegal.
As medidas são defendidas pelo governador de Roraima, Antônio Denarium, que tem grande apoio político entre os garimpeiros do estado. Denarium é criticado por grupos indígenas por favorecer os interesses do garimpo em detrimento dos direitos dos Povos Originários.
“[Precisamos] criar novas áreas de mineração em cooperativa de garimpeiros, fora de área de indígena, lógico”, disse o governador nesta 3ª feira (7/2), depois de uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em Brasília. “Criar também programas sociais que possam atender essas pessoas, quando saírem da área em que estão trabalhando”.
No UOL, Carlos Madeiro informou o desespero de alguns invasores dentro da Terra Yanomami, sem condições para deixar o território e sem mantimentos desde a semana passada. Também no UOL, Felipe Pereira destacou que os garimpeiros estão deixando para trás, mas devidamente escondidos, ouro e armas para evitar que sejam apreendidos pelos agentes federais.
Além do ouro e das armas, o garimpo ilegal está deixando na Terra Yanomami uma tragédia humanitária entre os indígenas. “O que está sendo noticiado ainda está longe de mostrar a realidade com essa presença tão forte de garimpeiros com uma grande destruição do território, é muito garimpo, é garimpo infinito”, observou a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que sobrevoou o território Yanomami nesta 3ª feira. O g1 repercutiu essa fala.
Em tempo: A Polícia Federal confirmou a morte de um indígena na região de Homoxi, dentro do território Yanomami. De acordo com a corporação, outro indígena foi encontrado vivo, mas gravemente ferido. De acordo com indígenas, as mortes foram provocadas por garimpeiros em fuga. Outras duas mortes estão sendo investigadas, a de um indígena e a de um garimpeiro. A notícia é da Folha e d’O Globo.