Sonia Guajajara cobra maior participação indígena na Cúpula da Amazônia

ClimaInfo

O formato atual da Cúpula da Amazônia, que vai reunir os chefes de Estado dos países pan-amazônicos nos dias 8 e 9 de agosto, não prevê uma ampla participação indígena. A avaliação é da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que cobra mais espaço para os Povos Originários da região amazônica nos debates.

“Eu acho que precisa incluir mais participação indígena no momento da cúpula dos presidentes”, afirmou a ministra em entrevista exclusiva à agência italiana de notícias ANSA, cujos destaques foram reproduzidos por UOLIstoÉ e Terra.

Entre 4 e 6 de agosto, Belém deve receber cerca de 1.000 indígenas dos países da Amazônia para uma “pré-cúpula”. Chamado “Diálogos Amazônicos”, o encontro servirá principalmente para os Povos Originários discutirem um documento a ser levado aos presidentes. E é nesse ponto que Guajajara quer destaque.

“Enquanto ministra, estou trabalhando para que os governos possam agregar esse documento. É preciso aumentar bem a participação indígena nesses processos de discussão da proteção da Amazônia e nos espaços de tomada de decisão”, ressaltou a ministra.

Sonia Guajajara disse ainda estar confiante que o governo atingirá a meta de homologar 14 Terras Indígenas até o fim do ano. Segundo a ministra, são processos que já passaram da etapa da portaria declaratória, atribuição transferida para o Ministério da Justiça após o Congresso esvaziar a pasta de Guajajara. Ou seja, são homologações que já estão na reta final, explica o Terra.

Em tempo: A operação de saúde na Terra Indígena Yanomami, que completa seis meses, começa a fazer a transição da etapa emergencial para a próxima, estrutural, com objetivo de reconstruir e ampliar a assistência aos Povos da TI, explica à Folha o secretário de Saúde Indígena do governo, Weibe Tapeba. Segundo ele, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) prepara nos próximos dias a reabertura formal do sétimo polo de saúde indígena dentro do território. Apesar da melhora, o atendimento à população indígena ainda não está funcionando plenamente. “Temos um cenário melhor do começo do ano para agora, uma diminuição [da malária e da desnutrição], mas é algo gradual e infelizmente ainda não conseguimos contornar a situação, vamos precisar de mais alguns meses”, explica Tapeba.

APIB

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