Segundo o presidente Lula, a recusa do IBAMA “não é definitiva” e a Petrobras pode “continuar sonhando” em explorar petróleo na foz do Amazonas.
Às vésperas da Cúpula da Amazônia, e mesmo com a proposta do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e de diversos especialistas e movimentos sociais de banir a exploração de petróleo e gás fóssil na região, Lula indicou que a perfuração de um poço na foz do Amazonas não está descartada. Em entrevista a rádios amazônicas, Lula disse que a Petrobras vai ter “todo o cuidado”, informa o g1.
O Estadão conta que o presidente foi questionado na entrevista se o Amapá pode “continuar sonhando com petróleo jorrando progresso”. A pergunta escancara a equivocada visão desenvolvimentista que associa petróleo a progresso socioeconômico, quando toda a história da indústria petrolífera mostra justamente o contrário – vide a vida das populações dos principais países produtores.
Mas Lula ainda não se convenceu disso. Assim, ressaltou que a decisão do IBAMA de negar a licença para a estatal perfurar um poço de petróleo no bloco FZA-M-59 não é definitiva. “Vocês podem continuar sonhando. E eu também quero continuar sonhando. Esse estudo do IBAMA não é definitivo. Eles apontam falhas técnicas que a Petrobras tem o direito de corrigir”, continuou.
Segundo a Folha, Lula defendeu que haja pesquisas para descobrir se há ou não petróleo na foz do Amazonas. “Primeiro a gente tem que pesquisar, tem que saber se tem aquilo que a gente pensa que tem e quando a gente achar, a gente vai tomar uma decisão do Estado brasileiro, o que a gente vai fazer, como é que a gente pode explorar, como é que a gente vai evitar que um desastre qualquer possa prejudicar a nossa querida margem do Oceano Atlântico na Amazônia”, acrescentou. Ou seja, a perfuração do poço – que é na verdade exploração de petróleo – está sendo vista como “pesquisa”.
Metrópoles, O Globo e R7 repercutiram a fala de Lula.
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Aline Massuca / Metrópoles