Estação Ecológica Mamuru: uma conquista das comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas do Pará

Por Carlos Henrique Silva, CPT Nacional*

Uma verdadeira vitória das comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas do Pará. Assim se pode descrever a conquista da Estação Ecológica (Esec) Mamuru, ocorrida nesta terça-feira (05), a partir da assinatura do decreto pelo Governo do Estado, oficializando a 28ª Unidade de Conservação (UC) Estadual entre os municípios de Aveiro e Juruti, na região oeste paraense, divisa com o estado do Amazonas.

A Esec Mamuru é estratégica para garantir a proteção de espécies ameaçadas de extinção e a manutenção dos serviços ambientais. Com 126 mil hectares, a nova unidade de proteção integral do meio ambiente vai reforçar o mosaico de áreas protegidas da região, que incluem parques nacionais com uma variada biodiversidade e ecossistemas diversos.

Para a equipe da Comissão Pastoral da Terra da Diocese de Parintins, a oficialização da Estação Ecológica tem o sabor de realização de um sonho do saudoso coordenador Sérgio Muniz, falecido no último dia 24 de agosto. Também integrante da Comissão de Direitos Humanos de Parintins e Amazonas (CDDHPA), Sérgio lutou junto com as comunidades e fez muitas viagens junto com colegas de trabalho e militância, também, na CPT Amazonas e Arquidiocesana de Manaus.

No local, não será permitido nenhum tipo de atividade produtiva, sendo proibida a visitação pública, a não ser com objetivos educacionais, de acordo com o Plano de Manejo da unidade. Outro ponto é que as áreas de particulares dentro de seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispõe a legislação que trata de unidades de conservação de proteção integral.

“Lá será admitida apenas a preservação, os estudos científicos e a atividade de educação ambiental. Essa unidade é feita para proteger o coração da Amazônia, para proteger a diversidade biológica que lá existe, que é fundamental para nós, para o país e para o mundo”, afirmou o presidente do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), Nilson Pinto.

Estudos feitos pelo Instituto nos últimos anos analisaram o valor biológico das espécies e a necessidade de preservar a área da ação predatória. A região é bastante sensível e vítima do desmatamento, pela extração ilegal de madeira e de riscos à fauna e flora locais.

“Outros órgãos judiciais, ambientais, coletivos e instituições labutaram muito por esse dia, como o Grupo Natureza Viva (GRANAVE), Associação dos Assentados do PA Vila Amazônia, Coletivo em Defesa da Amazônia Rio Mamuru, a Rede Cidadã Parintinense; MTCA, Padres em Novas Dimensões, Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Parintins, Polícia Federal do Amazonas, Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União do Amazonas e Roraima (DPU/AM-RR), MPE/PA e demais entidades ambientais paraenses”, relembra o professor e Dr. Manuel do Carmo da Silva Campos, da CPT-AM e Arquidiocesana de Manaus.

*com informações da CPT Amazonas e Agência Cenarium Amazônia.

Foto: Marcelo Seabra – Agência Pará

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